Boletim CH#16 ☘️ Trabalho remoto e cannabis
Estudo revela que 15% dos profissionais que trabalham de casa nos EUA usou a substância durante as horas de trabalho
Olá, tudo bem por aí?
Por aqui seguimos trabalhando e surfando. Mentira. Entrei no mar um dia e a prancha bateu na minha cara, no outro, fui parar nas pedras, meu joelho é prova (em carne) viva. Digamos que estou esperando a lua cheia esvaziar.
Vocês sabem que eu cultivo em casa umas plantinhas lindas de cannabis, né? Duas delas, as automáticas que trouxe de Barcelona, floresceram e estão saborosíssimas.
Gosto de cultivar o que fumo para saber o que estou consumindo e também para escolher a proporção entre CBD e THC que funciona melhor para mim --quase sempre 1:1 ou 2:1.
As outras sete estão em pleno crescimento e nem ideia de quais as genéticas, porque as plantinhas foram deixadas para trás pelo inquilino anterior. E eu adotei, claro. Curiosa para saber do que se trata. Te conto assim que colher ;)
Bom, por aqui é isso. E terapia, muita terapia. Bendita Marizilda na minha vida.
Vamos ao que importa!
☘️ Cannabis no tratamento de burnout
>>> Se até o começo do ano passado pensávamos que trabalhávamos muito, é bem verdade que depois que a pandemia começou a gente tem certeza que estamos trabalhando ainda mais. Seja porque ficou difícil separar a vida pessoal da profissional ou porque os chefes andam cobrando mais tarefas para garantir que estejamos mesmo ocupados enquanto trabalhamos de casa, fato é que passamos mais horas por dia trabalhando do que nunca. Com isso, cresceram também os casos de burnout, aquele esgotamento mental que muita gente anda sentindo por aí. Interessados em descobrir como a cannabis pode ajudar a tratar o desequilíbrio psiquíco de uma pessoa sobrecarregada de trabalho, pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, estudaram os efeitos do CBD em profissionais da saúde com sintomas de esgotamento mental causado pela rotina estressante no atendimento de infectados por covid. O estudo, que aconteceu entre os meses de junho e novembro de 2020, observou 120 profissionais que tomaram medicação padrão, 61 dos quais tomaram, ademais, 300 miligramos de canabidiol diariamente. Segundo o Jornal da Usp, os resultados apontaram uma redução de 60% dos sintomas de ansiedade, 50% dos de depressão e 25% de burnout entre os que fizeram o tratamento padrão mais o uso do canabidiol em comparação com aqueles que só fizeram o tratamento padrão.
☘️ 15% dos trabalhadores remotos usaram cannabis enquanto trabalhavam
>>> Que atire a primeira pedra quem nunca fumou um único baseado durante todos esses meses de home office. Bom, eu nunca, rs. De acordo com um estudo da American Marijuana, 15% dos funcionários remotos trabalharam de casa sob a influência da cannabis em algum momento. E tem mais, a maioria deles relatou diminuição do estresse (52,9%) e aumento da criatividade (51,1%). Outros 42,6% relataram aumento de produtividade enquanto trabalhavam sob a influência de cannabis. A pesquisa incluiu 1.001 funcionários remotos em tempo integral, incluindo alguns que trabalharam remotamente antes e durante a pandemia do coronavírus. A Geração Z, com idade entre 20 e 29 anos, são os mais propensos a usar cannabis enquanto trabalham de casa, com quase metade dos entrevistados afirmando que já o fizeram. Mais de um terço dos indivíduos de 30 a 49 usaram cannabis enquanto trabalhavam remotamente; e pouco menos de um terço das pessoas com 50 anos ou mais disseram que usaram cannabis enquanto trabalhavam remotamente, descobriu o estudo.
☘️ Consumo regular de cannabis pode diminuir a quantidade de sêmen
>>> Opa opa opa, que o negócio ficou sério. Um novo estudo encontrou uma conexão entre o baixo volume de sêmen, diminuição da qualidade do esperma e consumo regular de cannabis entre os homens. Meus amigos, minhas amigas, segundo a Universidade de Tulane, nos EUA, fumar cannabis pode aumentar o risco de infertilidade masculina. No entanto, usar cannabis com regularidade teria um efeito positivo, o de aumentar a velocidade do esperma, precisamente uma das condições buscadas para aumentar a fertilidade nos homens. Dos 409 homens no estudo, os usuários atuais e anteriores tinham duas vezes mais chances de desenvolver espermatozoides anormais, relata o trabalho científico publicado recentemente na revista Therapeutic Advances in Urology.
☘️ Quase metade da população adulta dos EUA já experimentou cannabis
>>> Quase metade dos adultos nos EUA - 49% - já experimentou cannabis, de acordo com uma pesquisa do instituto de pesquisas Gallup, que também descobriu que 12% dos adultos nos EUA usam a substância com regularidade. É o nível mais alto que Gallup já relatou para os americanos que experimentaram cannabis desde que começou a fazer tal pergunta, em 1970. Naquela época, eram apenas 4% da população. Apenas 19% dos americanos nascidos antes de 1945 experimentaram cannabis, em comparação com 51% da geração Y, 49% da geração X e metade dos baby boomers. Os dados combinados de 2015-2021 da Gallup mostram que 20% dos millennials consomem cannabis, junto com 11% dos Gen Xers e 9% dos baby boomers. A pesquisa descobriu também que 16% dos homens e 9% das mulheres são usuários atuais de cannabis.
☘️ Praticar esportes depois de usar cannabis é mais comum do que se imagina
>>> Já te contamos sobre os Pelostoners, um grupo de ciclistas que gosta de pedalar chapado e conversar a respeito em fóruns na internet, agora trazemos os detalhes revelados por um estudo da Fitrated com quase mil pessoas, para descobrir quão comum é a prática de esportes após o consumo de cannabis e se eles notaram mudanças nos treinos. A pesquisa revela que 41,5% aumentou ainda mais seu consumo desde que a covid assumiu o controle do mundo. Cerca de 44% está usando a mesma quantidade de antes da pandemia e apenas 14% reduziu o consumo de cannabis durante o treino. Embora o CBD seja cada vez mais popular devido aos seus relatados benefícios à saúde, a pesquisa descobriu que o uso de cannabis durante a prática de exercícios é, na verdade, mais popular entre os usuários de THC. No geral, 45% dos entrevistados usam CBD e THC, 29% usam apenas THC e 26% usam CBD.
☘️ Uso de cannabis na adolescência altera desenvolvimento neuronal
>>> Algumas vez batemos na tecla de que o consumo de cannabis é contraindicado para adolescentes, e aqui trazemos um estudo publicado na Jama Psychiatry que confirma que o uso de cannabis na adolescência está associado a alterações no desenvolvimento do cérebro. A nova pesquisa representa o maior estudo de neuroimagem longitudinal do uso de cannabis até o momento. Os pesquisadores analisaram dados de ressonância magnética de 799 participantes do estudo, que acompanhou adolescentes europeus a partir dos 14 anos. Os participantes foram submetidos a varreduras cerebrais no início do estudo e durante um acompanhamento de cinco anos. Os pesquisadores descobriram que os adolescentes que relataram uso moderado ou alto de cannabis tendem a ter espessura reduzida nos córtices pré-frontais esquerdo e direito, uma área do cérebro envolvida no planejamento, tomada de decisão, memória de trabalho e aprendizagem. Houve uma relação dependente da dose entre o uso de cannabis e a espessura cortical. Ou seja, aqueles que usaram mais cannabis tiveram mais afinamento cortical nessas regiões do cérebro.
☘️ Seguradoras se preparam para absorver demanda 10 vezes maior após legalização federal da cannabis
>>> No ano passado, o valor total aportado pelos assegurados que contam com um seguro para seus negócios em cannabis nos EUA foi de 280 milhões de dólares. O dado facilitado pelas próprias seguradoras não refletem o movimento deste mercado que, segundo a Reuters publicou, se prepara, silenciosamente, para absorvmoramorer a demanda que deve bombar tão logo se confirme a legalização federal da cannabis no país. Estima-se que o potencial aumento das vendas seja dez vezes maior. As apólices disponíveis no mercado ainda são limitadas pelas estritas leis que regem a cannabis a nível federal. Faltam, por exemplo, coberturas para cultivo e roubos. Dispensários da erva disseram à Reuters que o valor de suas apólices atualmente são de 20% a 30% mais caras que a de um comércio normal.
☘️ Em dois anos, o número de lojas de cannabis no Canadá cresceu 648%
>>> Quer saber o potencial da legalização da cannabis em dois anos? Um estudo publicado na Drug and Alcohol Review descobriu que o mercado de cannabis no varejo do Canadá se expandiu rapidamente nos dois anos após a legalização. O número de lojas de cannabis aumentou de 158 em novembro de 2018 (um mês após a legalização), para 1.183 dois anos depois, um salto de 648%. Um dos autores do estudo, Dr. Daniel Myran, afirmou que dois anos é provavelmente o tempo ideal para realizar esse tipo de estudo nos países onde a erva está regulada. “O que nossos dados sugerem é que não deveríamos realmente esperar grandes mudanças logo após a legalização por causa da imaturidade do mercado. Prevejo que só agora que o mercado está decolando veremos os impactos potenciais da legalização sobre o uso de cannabis e os resultados de saúde relacionados.” Mais pesquisas são necessárias para determinar como esses padrões de acesso ao varejo de cannabis se relacionam com a saúde pública, os objetivos das políticas de drogas de reduzir o mercado ilícito e os danos sociais e à saúde relacionados à cannabis.
☘️ Empresa de cannabis doa parte do lucro das vendas a presos por crimes não violentos relacionados à erva
>>> Nós aqui gostamos de ver iniciativas que de favoreçam a mudança de paradigmas na indústria da cannabis, que afinal nasceu para quê, senão para isso? Com sede em Nova Jersey, a empresa de produtos canábicos, REEForm NJ, está lançando uma iniciativa que destinará parte das vendas de seus produtos diretamente a indivíduos que cumprem pena no Estado por crimes não violentos de cannabis. Weldon Angelos, fundador da marca, foi condenado a 55 anos de prisão por cannabis e cumpriu 13 deles antes de ser libertado. A empresa planeja fornecer aos varejistas de Nova Jersey produtos de cannabis que beneficiarão diretamente as pessoas encarceradas. O cofundador Stanley Okoro afirmou ao Benzinga que a guerra às drogas “devastou inúmeras famílias e comunidades, em particular as comunidades afro-americanas e latinas”.
☘️ Leite de cânhamo, o próximo trendy vegano
O próximo trendy, anota aí, será o leite de cânhamo, que além de ser vegano, sequestra carbono e aumenta a biodiversidade. Um projeto de Agricultores Inovadores coordenado pela Soil Association está investigando como a produção industrial de cânhamo poderia ajudar na transição para uma economia de baixo carbono. Em colaboração com cientistas da Cranfield University e da British Hemp Alliance, a pesquisa quantificará os benefícios ambientais do cultivo do cânhamo. Em testes agrícolas lançados no mês passado, cinco agricultores estão ajudando a investigar a capacidade desta planta de sequestrar ou armazenar carbono, melhorar a saúde do solo e aumentar a biodiversidade. Em teoria, o cânhamo tem muitos benefícios potenciais como cultura do ponto de vista ambiental. Não precisa de pesticidas químicos nem de muita água, e as raízes do cânhamo crescem até 3 metros de profundidade, de modo que podem ajudar a melhorar a estrutura do solo e os níveis de nutrientes, levando potencialmente a maiores rendimentos nas safras subsequentes.
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Chegamos ao final da nossa viagem pelo fantástico universo da cannabis no Brasil e no mundo. Antes de dizer adiós, deixo essa receita de biscoito de cannabis, para os amantes de um café da tarde em alto estilo.
Se por acaso acontecer de você exagerar na dose, porque claro, é difícil dosar a quantidade consumida em comestíveis, e bater a paranóia, tenha esse guia à mão. Ou melhor, leia antes mesmo de cozinhar ;)
Isso de exagerar acontece geralmente quando a gente vai com muita sede ao pote ou desconhecemos a quantidade de THC do que consumimos. Segundo o Weedmaps, estamos superestimando as flores de cannabis com alto teor de THC.
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beijo,
anita_cannabis hoje