Boletim CH#22 ☘️ Infusão e temperos com cannabis atraem chefs e apreciadores
Cozinheiros de vários países já se especializam na erva, criam produtos, promovem jantares e dão cursos para milhares de seguidores
Olar, tudo bão?
Por aqui, plena produção e atividade. Conversando com gente no mundo inteiro para entender para onde estamos indo com a indústria, a medicina e o uso social da cannabis. Adorando. Viva o home office! Aliás, se você quiser que eu investigue sobre um determinado assunto em cannabis ou psicodélicos, é só me escrever, que eu vou gostar de saber o que te interessa e ir atrás.
Ultimamente, a única coisa que me distrai é quando eu invento de xeretar a vida dos participantes do Casamento às Cegas, no instagram. Não, cês não tem ideia! Eu sor a maior stalker raiz, né? Mas com esse povo eu tô stalker num nível criando diálogos entre eles - ah, sim, porque uns ficaram amigos, daí viajam juntos tal - e acompanhando o bafão da nanda… alerta spoiler. Se quiser saber vai ter que, assim como eu, perder 9 horas da sua vida em um reality bizarro e por isso mesmo maravilhoso. Enfim, de bobagens também se vive.
Mas deixa eu te contar. Há uns dias, publicamos no Estadão uma reportagem sobre como chefs de cozinha estão incorporando a cannabis como ingrediente. Gostei especialmente de apurar essa matéria porque falei com referências no assunto no mundo, inclusive uma brasileira que vive e trabalha no Uruguai, a Marcela Ikeda, dona do Larica, e com o gente fina do Caio César, do canal Cozinha 4e20.
Falando em Uruguai, os caras estão considerando abrir as portas para o turismo canábico já na próxima temporada de verão.
Na trilha do marketing em cannabis, encontrei esse livrinho com um conteúdo legal, mas que tá em inglês- espero que isso não seja um problema. Em último caso está o google tradutor ;)
Vamos de news?
☘️ Cannabis é o 5º cultivo mais valioso nos EUA
>>> Um novo estudo publicado pela Leafly indica que a cannabis já é a quinta cultura mais geradora de renda nos Estados Unidos, à frente do algodão e do arroz. A plataforma Leafly, que conecta consumidores a dispensários, produziu o primeiro Leafly Cannabis Harvest Report 2021, que indica que as vendas de cannabis nos Estados Unidos estão atrás apenas das de milho, soja, feno e trigo. De acordo com o relatório feito em parceria com a Whitney Economics, o valor da safra de cannabis é de 6,2 bilhões de dólares anuais. O setor é composto por mais de 13 mil fazendas americanas que colhem 2.278 toneladas por ano, montante suficiente para produzir 2 bilhões de baseados ou encher 57 piscinas olímpicas com o produto da planta. A cannabis é a cultura agrícola mais valiosa nos estados do Alasca, Colorado, Massachusetts, Nevada e Oregon, mas o setor permanece amplamente ignorado pelas autoridades estaduais. Outro dado relevante é que em cada um dos 11 estados analisados, a cannabis tornou-se a quinta cultura mais valiosa em termos agrícolas em dois anos após a abertura do primeiro dispensário de uso adulto da erva.
☘️ Mais de 70% dos usuários de CBD decidem dosagem sem orientação médica
>>> Cerca de 71% dos consumidores de cannabis são autossuficientes quando se trata de decidir as dosagens de CBD, em vez de confiar em conselhos profissionais ou médicos, descobriu uma nova pesquisa com consumidores da Leafreport. Usando uma plataforma online, entrevistaram 721 consumidores atuais ou passados de CBD nos EUA, para avaliar como escolheram as dosagens que usam ou usaram. Cada entrevistado respondeu 11 perguntas específicas sobre seus hábitos de uso de CBD e 71% deles decidiram a dosagem que usam sem consultar um profissional. Em se tratando de dosagens autodeterminadas, 42% dos consumidores afirmaram que determinaram as dosagens por conta própria por tentativa e erro, enquanto 21% seguiram as orientações de dosagem fornecidas no produto. Apenas 18% dos consumidores consultou um médico para determinar sua dosagem, enquanto 11% dos entrevistados disseram que consultaram um budtender. E essa maravilhosa internet, foi o doutor de 8% dos consumidores, que usaram calculadora de dosagem online. E você, aí, como descobriu a sua dosagem?
☘️ 7 a 1 de novo: Alemanha em vias de legalizar o uso adulto da cannabis
>>> Na Alemanha, a próxima coalizão governamental está em fase final de negociações para legalizar o uso adulto de cannabis no país. De acordo com Leafie, a aliança formada pelos sociais-democratas, os verdes e os democratas livres está negociando para que os cidadãos alemães possam usar cannabis para fins recreativos. Este debate faz parte de negociações mais amplas para a formação de um novo governo, que tomará posse no início de dezembro sob a liderança do social-democrata Olaf Scholz. Apesar de a posse e venda de cannabis serem ilegais na Alemanha, essa é atualmente a substância mais consumida no país. De acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), 19,5% dos jovens adultos com idades entre 15 e 24 anos consumiram cannabis pelo menos uma vez em 2019. Sendo a Alemanha a maior economia da Europa, esta notícia é um grande indicador de que o crescimento do mercado europeu de cannabis está ganhando cada vez mais terreno.
☘️ A cannabis intensifica efeitos de outros psicodélicos
>>> Se normalmente, trazemos pesquisas sobre cannabis e psicodélicos separadamente, hoje falaremos de uma pesquisa sobre a interação dessa planta que dá nome ao nosso boletim com outras substâncias psicotrópicas. Um novo estudou encontrou confirma que a cannabis aumenta os efeitos dos psicodélicos, intensificando a experiência. Pesquisadores do Imperial College London analisaram pesquisas online de 321 pessoas que descreveram vários aspectos de sua experiência com psicodélicos e relataram se usaram cannabis ao mesmo tempo e, em caso afirmativo, quanto. O que eles descobriram foi que consumir maconha concomitantemente com substâncias como psilocibina, LSD, DMT, ayahuasca ou mescalina aumentava a intensidade da viagem. O uso de cannabis junto com psicodélicos foi “associado a maiores pontuações de experiência do tipo místico, dissolução do ego e alterações visuais”, afirma o estudo, publicado há poucos dias na revista Psychopharmacology. E, em geral, quanto mais maconha uma pessoa diz ter usado, mais intenso é o efeito psicodélico.
☘️ Melhor ou pior trabalhador aquele que consome cannabis?
>>> Usar cannabis não prejudica o desempenho do funcionário ou sua capacidade de trabalhar bem com os colegas e, pelo contrário, pode até melhorar seu desempenho. Depende, sobretudo, do momento e das condições do momento em que foi consummida, descobriu um novo estudo publicado na revista Group & Organization Management. Foram coletados dados de 281 funcionários e seus supervisores diretos com amostra 47% masculina, 53% feminina e 65% branca. Mais da metade (56%) tinha diploma de faculdade ou pós-graduação de quatro anos, e a idade média era de 36 anos. Os funcionários foram solicitados a relatar a frequência com que usaram cannabis nas 2 horas seguintes ao início do turno de trabalho, quantas vezes no último ano fumaram durante a jornada de trabalho e quantas vezes no último ano usaram a substância 2 horas depois de sair do trabalho. Os resultados indicam que o uso de cannabis antes ou durante o trabalho prejudicou quatro das cinco dimensões diferentes de desempenho avaliadas pelo supervisor direto do usuário, mas, ao contrário das suposições mais comuns, nem todas as formas de uso de cannabis prejudicaram o desempenho laboral, e algumas só tem a contribuir, particularmente no alívio do estresse pós trabalho.
☘️ 65% trocou pelo menos um medicamento prescrito por cannabis
>>> Taqui, ó, porque as bigfarma, ainda que a contragosto, estão de braços abertos para a cannabis. Além de substituir medicamentos, será uma planta superutilizada não só como remédio, mas também como aliada do bem-estar. Uma pesquisa com pacientes de cannabis medicinal da Flórida publicada no jornal Medical Cannabis and Cannabinoids revelou que a maioria (65%) reduziu ou eliminou a ingestão de pelo menos um medicamento prescrito após obter seu registro de cannabis medicinal. Os dados de 157 pacientes de cannabis medicinal foram coletados entre maio de 2019 a janeiro de 2020. Quase todos os entrevistados disseram que consumiam cannabis diariamente, mas 93% disseram que não se sentiam dependentes da substância. Outros 40% indicaram que usaram apenas cepas de alto THC, enquanto 22% disseram que suas cepas eram apenas de alto CBD. A grande maioria, 72%, indicou que usava cepas com alto teor de THC e CBD. Contabilizando valores discrepantes e não respostas, 110 pacientes compartilharam a quantia média que gastaramm, 300 dólares, em cannabis medicinal por mês. A pesquisa também descobriu que a flor é o método preferido de uso. Os pacientes relataram redução da dependência de opioides (18%), ansiolíticos (18%) ou antidepressivos (15%).
☘️ Nova Zelândia incentiva pesquisas para fomentar produção nacional de cannabis
>>> A reforma da cannabis medicinal está se espalhando por todo o mundo. Inclusive na Nova Zelândia, onde, no final de 2017, o governo anunciou que permitiria a cannabis medicinal em alguns casos depois que as regras fossem elaboradas. Infelizmente para a maioria dos pacientes em sofrimento, a lei da Nova Zelândia provou ser muito limitada e demorou muito para decolar. Mas felizmente para o futuro da política de cannabis da nação, a Nova Zelândia anunciou recentemente um financiamento adicional para pesquisas sobre a cannabis. O Ministro da Agricultura da Nova Zelândia, Damien O’Connor, anunciou recentemente que o Fundo Sustentável para Alimentos e Fibras está contribuindo com 760 mil dólares para um programa de pesquisa de cannabis medicinal. O objetivo do projeto de pesquisa é ‘estabelecer práticas de cultivo de cannabis medicinal baseadas em evidências’. Conforme apontado pelo Ministro da Agricultura, até este ponto quase todo o suprimento de cannabis medicinal da Nova Zelândia foi importado de outros países. O projeto de pesquisa visa aumentar a produção nacional a um ponto em que a Nova Zelândia possa inclusive começar a exportar produtos de cannabis medicinal para outros países.
☘️ Pesquisa relata diminuição de ansiedade em adultos tratados com cannabis
>>> Um novo estudo publicado no mês passado está lançando luz sobre o potencial terapêutico para ansiedade e depressão. Pesquisadores descobriram maneiras criativas de estudar os efeitos da planta na população em geral e publicaram os estudos observacionais no jornal Frontiers In Psychiatry. Relatando que o uso de cannabis medicinal foi associado a uma depressão autorrelatada mais baixa, bem como a uma diminuição da ansiedade em adultos. A pesquisa, conduzida pela Johns Hopkins University, uma das mais conceituadas no estudo de substâncias psicotrópicas do planeta, em associação com a Realm of Caring Foundation, teve 538 participantes com mais de 18 anos, que completaram questionários sobre o uso de cannabis e sintomas associados. Todos os participantes relataram ter transtornos de ansiedade ou depressão, incluindo transtorno depressivo maior, depressão pós-parto, transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno afetivo sazonal, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, transtorno de ansiedade social ou agorafobia. Do total, 368 participantes relataram o uso atual de produtos de cannabis medicinal, enquanto os restantes 170 estavam considerando o uso de cannabis medicinal, mas ainda não tinham começado.
☘️ Médico americano suspenso por dois anos por emitir 22 mil receitas de cannabis em um ano
>>> Um tribunal de apelações de Michigan sustentou uma suspensão de dois anos para um médico que aprovou quase 22.000 certificados de cannabis medicinal em apenas um ano, relata a Associated Press. Durante a audiência, o Dr. Vernon Proctor refutou a alegação de que havia aprovado 22.000 certificados, dizendo que o total realista estaria ao redor de mil. Durante a audiência, um especialista disse que teria sido impossível para Vernon tomar as medidas necessárias para conduzir um exame adequado para tantos pacientes - cerca de 60 pacientes por dia, sete dias por semana. Ao todo, o Conselho de Medicina disse que Proctor emitiu 21.708 certificações de cannabis medicinal entre 9 de junho de 2015 e 8 de junho de 2016. De acordo com a decisão, o tribunal considerou as alegações de Proctor de que ele ia a cinco clínicas por dia, que cada uma tinha de 20 a 50 pacientes e que ele trabalhava "12 a 14 horas por dia, sete dias por semana" não foram convincentes. “O juiz considerou que faltava ao entrevistado um bom caráter moral para emitir um grande volume de certificados, o que demonstrava falta de abertura, justiça e honestidade com seus pacientes”, diz a decisão.
☘️ Desde 2020, as vendas de cannabis aumentaram 25% no Canadá
>>> Desde março de 2020, as vendas de cannabis no Canadá aumentaram 25% e as receitas foram 811 milhões de dólares maiores do que o previsto, de acordo com uma pesquisa publicada no Jama Network. Os números de vendas foram fornecidos pela Statistics Canada e incluem 16 meses de março de 2020 a junho de 2021. O estudo, conduzido pelo Peter Boris Center for Addictions Research (PBCAR) da McMaster University, St. Joseph's Healthcare Hamilton e o Homewood Research Institute, também descobriu que desde março de 2020, as vendas mensais de álcool aumentaram em média 5,5% - ou 1,86 bilhão de dólares - sobre as vendas esperadas.
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Foi bom pra você? Pra gente foi demais ;)
Mas dá para ficar melhor, vem cá espiar essa calculadora de cannabis em comestíveis. E nessas diquinhas para tirar a marofa da sua pessoa. Sempre teve curiosidade de saber como funcionam as pesquisas sobre o consumo de drogas no mundo? Vai lá, participe e divirta-se.
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