Boletim CH#32 ☘️ A cannabis novamente ao vivo e em cores
Barcelona sediou duas importantes feiras que deram o tom de como será a retomada dos eventos para a indústria do setor
Buenas, pessoal!
Tudo certinho por aí?
Por aqui, de maravilhas, maratonando o Não Inviabilize, um podcast que eu mal conheço e já considero pacas. Finalmenteee chegou a primavera pelas bandas de cá. Primavera estranha com neve em Barcelona em pleno abril…
Há uns dias, contei no Poder360 um pouco mais sobre a volta dos eventos presenciais de cannabis. Aliás, esta semana vai acontecer o Plant Week Medicine, em Malta. O que pintar de interessante, eu trago pra vocês ;)
Falando nisso, se tiver afins de visitar uma feira canábica, pode começar pela Medical Cannabis Fair, que acontece em São Paulo, no começo de maio. O evento tem ingresso gratuito e vai contar com as mais importantes empresas do setor medicinal da cannabis no Brasil.
Bora de news
☘️ Câmara dos EUA aprova legalização federal da cannabis pela 2ª vez
>>> Vamos começar pela notícia mais importante dos últimos dias. A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou na sexta passada um projeto de legalização federal da cannabis, mas muita calma nessa hora. É uma notícia importante, claro, só não é inédita. Esta é a segunda vez que a Câmara aprovou a legalização federal da cannabis. Da primeira, em 2020, o tema foi da Câmara direto para a gaveta do Senado, onde ficou por dois anos. Após uma hora de debate sobre a Lei MORE –como é chamada– eles aprovaram duas emendas e rejeitaram uma terceira. A gente ainda não sabe se agora vai de verdade, mas é maravilhoso que 204 dos 220 parlamentares votaram para acabar com a proibição federal da cannabis e promover a equidade social na indústria. Durante a sessão, muito se falou sobre o equívoco da guerra as drogas e os caminhos para uma reparação das comunidades mais afetadas por ela. Se finalmente acontecer de o Senado aprovar, será um passo gigante para os estados norte-americanos, que vão ter questões como acesso a serviços financeiros, o transporte interestadual de insumos canábicos facilitado e espera-se inclusive que a questão das estritas políticas de uso de redes sociais, como Instagram e Facebook, sejam revistas. E para o resto do mundo, que observa de perto a desconstrução dos dogmas nos EUA.
☘️ Fumo passivo do bong é pior que o do cigarro
>>> Descobriu-se, recentemente, algo que pode lhe interessar especialmente: o fumo do bong é pior do que o fumo passivo do cigarro. E acho que pode lhe interessar porque é bem comum que nem todas as pessoas da casa fumem maconha, e sempre pode rolar aquela dúvida sobre como evitar que os não-fumantes estejam protegidos do fumo passivo. Daí vieram uns pesquisadores da Universidade da Califórnia e conduziram, segundo eles próprios, o primeiro estudo que quantifica os níveis de fumo passivo de cannabis no contexto de fumo social de cannabis em casa. Os resultados mostraram que fumar maconha em bong em casa gerou quatro vezes a quantidade de concentrações de partículas finas do que fumar cigarro e narguilé de tabaco. "Este estudo sugere que, ao contrário do que dizem as crenças populares, fumar bong não é seguro", disseram os pesquisadores na pesquisa publicada pela JAMA. Pouca gente de fato considera os riscos de fumo passivo de cannabis em ambientes fechados, e se agora sai finalmente um estudo trazendo dados sobre a questão, é interessante considerar. Pelo menos até que saia a próxima pesquisa.
☘️ Estudo identificou que a ibogaína é efetiva para tratar adição ao álcool
>>> Utilizada cada vez mais para o tratamento de adição a opióides, a ibogaína –substância psicodélica cultiva e utilizada em rituais no Gabão– tem sido estudada também para tratar a adição ao álcool. E parece que vem coisa interessante por aí. Uma pesquisa publicada pela Frotiner in Pharmacology identificou que a ibogaína bloqueou alguns efeitos relacionados ao vício em álcool em camundongos. No mesmo estudo, os pesquisadores tinham como segundo objetivo identificar o potencial viciante da substância. Descobriram, então, que além de bloquear os mecanismos de recompensa do uso de álcool, a iboga não gerou efeitos gratificantes em si mesma, e tampouco adição.
☘️ Pacientes de alopecia usam cannabis para lidar melhor com a doença
>>> Pacientes diagnosticados com alopecia areata– um distúrbio autoimune que resulta em perda de cabelo imprevisível e irregular– frequentemente relatam o consumo de cannabis para aliviar os sintomas de estresse, ansiedade e depressão, revelou uma pesquisa publicada no International Journal of Trichology. Pesquisadores do estudo entrevistaram cerca de 1.100 pacientes com a patologia. Um terço dos indivíduos reconheceu usar cannabis atualmente. Mais de dois terços desses usuários disseram que a cannabis atenuou sentimentos de estresse, ansiedade, tristeza e depressão. Os autores concluíram: “Uma proporção significativa de pacientes com alopecia usa cannabis, muitas vezes buscando alívio de sintomas psicossociais relacionados à perda de cabelo. Essas descobertas sugerem que os pacientes estão buscando métodos alternativos para lidar com o impacto emocional da doença que as soluções tradicionais não conseguiram alcançar”.
☘️ Risco de dirigir sob efeito de cannabis é muito menor que o do álcool, diz estudo
>>> Senta, que lá vem estudo novo sobre cannabis ao volante. Desta vez, observou-se que a influência da cannabis no desempenho da direção é muito menor do que a do álcool, de acordo com uma revisão sistemática e meta-análise publicada na revista Addiction. Pesquisadores canadenses analisaram dados de 57 estudos que avaliaram a influência da cannabis e do álcool ao volante e no risco de acidentes. Eles observaram que a exposição à cannabis estava tipicamente associada ao desvio no posicionamento lateral dos motoristas (travessamento da pista) e à diminuição da velocidade média e não foi associado a um aumento de acidentes em estudos experimentais. Os autores também não encontraram “nenhuma evidência convincente” de que a cannabis influenciou o tempo de resposta ao perigo, variabilidade de avanço, tempo fora da pista, variabilidade de velocidade, ou excesso de velocidade. Consistente com outros estudos, os autores reconheceram que o uso combinado de cannabis e álcool “geralmente é mais prejudicial ao desempenho da direção em relação à não intoxicação ou a qualquer droga isoladamente”. Enquanto isso, o departamento federal de transportes quer mais testes de empregados do setor no país.
☘️ Mulheres e homens têm preferências canábicas distintas
>>> O mercado é tão vasto, que dá para segmentar rapidinho. A começar pelo gênero. Uma pesquisa com dados compilados pela empresa de tecnologia de saúde, Veriheal, fez várias descobertas quanto às preferências de homens e mulheres quando o assunto é cannabis. As mulheres são mais propensas do que os homens, por exemplo, a consumir produtos comestíveis e com proporções equilibradas de THC e CBD. Os dados da amostra de pacientes de cannabis medicinal da própria empresa teve participantes de todos os Estados Unidos com idades entre 18 e 85 anos – a maioria, entre 25 e 29 anos–. Cerca de 71% das entrevistadas do sexo feminino eram mais propensas a experimentar formulações comestíveis de cannabis. Enquanto que 81% dos homens preferem a flor de cannabis. Se um terço delas disse preferir produtos com proporções equilibradas de THC:CBD, apenas um quarto dos entrevistados do sexo masculino o fizeram. Homens e mulheres eram quase igualmente propensos a usar a cannabis para melhorar o sono e reduzir a dor crônica. As mulheres eram também quase duas vezes mais propensas que os homens ao uso de cannabis para mitigar sintomas de náusea.
☘️ Empresa de cannabis faz doação milionária para o Last Prisoner Project
>>> A plataforma de tecnologia de cannabis Dutchie, com sede no Oregon, doou US$ 100.000 iniciais e se comprometeu a realizar doações de até US$ 1 milhão para o Last Prisoner Project, de acordo com um comunicado publicado pela empresa. O Last Prisoner Project, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para ajudar presos com condenações por cannabis por meio da revogação das penas e liberação de registros, usará os fundos para ajudar 400 norte-americanos que foram libertados por crimes não violentos de cannabis. “Não podemos apagar injustiças passadas que pessoas e comunidades experimentaram como resultado de décadas da fracassada política de drogas”, disse o CEO e cofundador da Dutchie, Ross Lipson, em um comunicado. “Mas podemos trabalhar para trazer restituição para aqueles que foram prejudicados, apoiando sua libertação e oferecendo a eles um novo sopro de vida.” E já que estamos nesse clima de apoio e solidariedade na cultura canábica, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, anunciou um plano de comércio no varejo que garantiria que as pessoas com condenações por cannabis tenham prioridade nas próximas licenças do estado, segundo o New York Times. A iniciativa visa colaborar para a correção de alguns dos erros da guerra às drogas, ao mesmo tempo em que pode também adquirir vantagem sobre seus concorrentes.
☘️ Vale cannabis de 150 dólares como política de bem-estar
>>> Uma nova era para o RH. Já pensou receber proposta de trabalho de uma empresa que oferece um vale-cannabis de 150 dólares por mês como parte de sua política de bem-estar? A mim parece o mais justo, correto e sábio a fazer. São os famosos 150 dólares bem gastos. E não tô aqui para fazer apologia de nada, mas quem não precisa de um óleozinho de cannabis para alguma questão física, mental ou emocional? E essa graninha por mês é uma maravilha, realmente. Palmas para a empresa. Bom, claro que tinha que ser uma empresa do ramo, mas foi pioneira, criativa e tá de parabéns. A Jointly pediu apenas que todos os produtos de cannabis devem ser comprados de uma fonte legal para que seja qualificada para reembolso. De acordo com um comunicado, o programa “estabelece um novo padrão para reter e atrair os melhores talentos”, passo necessário quando um número recorde de americanos se demitiu ou deixou seus empregos no ano passado.
☘️ Alimentar gado com cânhamo pode reduzir o estresse dos animais
>>> Lembra que há uns meses contamos que produtores norte-americanos usariam biomassa de cânhamo na alimentação do gado? Pois já temos dados sobre o experimento. Pesquisadores da Universidade Estadual do Kansas descobriram que alimentos para animais contendo cânhamo podem reduzir os níveis de estresse no gado, de acordo com um estudo divulgado recentemente. A ideia era observar se os canabinóides presentes no cânhamo teriam um efeito sobre os níveis de estresse e atividade do gado, que normalmente vive sob estresse e desenvolve inflamações. Pesquisas anteriores no Kansas mostraram que a biomassa de cânhamo tem perfis favoráveis de proteína bruta e digestibilidade, o que a torna tornando adequada para inclusão na alimentação dos animais. Outro estudo revelou que o gado absorveu prontamente o ácido canabidiólico (CBDA) depois de ser alimentado com flores de cânhamo produzidas para a produção de CBD.
☘️ Farmácias propõem piloto para a venda de cannabis medicinal na Espanha
>>> Observar as experiências de países vizinhos tem sido a tônica da indústria europea da cannabis e agumas práticas exitosas tem servido de modelo. Exemplo disso é o Conselho Geral das Associações Farmacêuticas da Espanha, que propôs um teste piloto de venda de cannabis medicinal em farmácias, visando avaliar o usos terapêuticos da planta, mais ou menos como acontece na França com 1.000 pacientes participantes. A solicitação foi enviada na semana ao Congresso dos Deputados pelo representante dos farmacêuticos, Jesús Aguilar, que afirma que na Espanha há um número significativo de pacientes cujos problemas de saúde não são resolvidos "satisfatoriamente" com os tratamentos farmacológicos convencionais disponíveis. De acordo com dados do Observatório Espanhol de Cannabis Medicinal, cerca de 300 mil pacientes poderiam ser beneficiados. “Avaliar diferentes opções no campo da cannabis terapêutica é conveniente para "acalmar a dor dessas pessoas", disse ele, em consonância com a crescente demanda de grupos de pacientes que buscam preparações à base de cannabis para aliviar determinados sintomas ou mitigar seus males.
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É isso, pessoal, vamos ficando por aqui. Não sem antes sugerir a leitura dessa reportagem publicada pela BBC, contando a experiência de uma brasileira de 28 anos que passou 5 semanas nos Estados Unidos trabalhando como trimmer –aquele pessoal que “limpa” as flores colhidas nas fazendas canábicas. O depoimento foca nos perigos da atividade. Há uns anos, eu mesma cheguei a cogitar a possibilidade mas desisti quando senti cheiro de perrengue. Vale a leitura!
Você viu que a Curaleaf entrou pela segunda vez na lista da revista Time das 100 empresas mais influentes no mundo? A empresa é a única da indústria canábica a figurar no ranking, montado a partir de critérios como relevância, impacto, inovação e êxito.
Tava eu lá stalkeando todos os envolvidos no lance do Oscar, bisbolhotando o casamento aberto do Will e da Jada, o casinho que supostamente aconteceu há mais de 10 anos entre a própria Jada e o Chris, até que cheguei numa info que me chocou até um tiquinho mais. O menino Chris, das piadas sem graça, é adepto de psicodelias. E de acordo com esta reportagem, ele se reunia, em plena pandemia, com outros coleguinhas comediantes para sessões canábicas e lisérgicas. É aquilo, né, tomar rios de ayahuasca não vai elevar sua consciência por si só. Há que haver trabalho interno, minha gente, e pela vida toda.
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Beijos e abraços,
Anita
gosto muito