Boletim CH#40 ☘️ A cannabis na construção civil e no design
Apesar de ainda ser mais caro que os materiais clássicos, como o concreto e o aço, o cânhamo vem ganhando destaque por ter um cultivo rápido e deter grande capacidade de retenção de CO₂
Alô você
que tá buscando saber mais sobre cannabis e psicodélicos, bem-vind@ ao seu boletim quinzenal sobre esses temas deliciosos ;)
Edição especial, aliás, comemorando a 40ª edição da news! Gracias por acompanhar e compartilhar. A família agradece. O número de inscritos tem crescido bem ultimamente, com a chegada, principalmente, dos novos seguidores do Cannabis Hoje no Instagram. Por lá, estamos com quase 10 mil, cês acreditam? Eu, que não manjo nada de rede social, nunca trabalhei as leis instagramicas para crescer, mas esse movimento se intensificou naturalmente com as collabs com o Mídia Ninja. Massa demais!
Vou dar uma desviadinha do nosso assunto preferido, para falar que eu conheci o paraíso na semana passada e recomendo fortemente: a ilha de La Palma. Sabe, a do vulcão que entrou em erupção no passado? PARAÍSO. Nada define melhor. É muito provável, aliás, que La Palma tenha inspirado o conceito de paraíso.
Depois do merecido descanso e desfrute numa furguinha amarela muito style e super preparada para ser casita durante 5 dias, voltei ao batente reenergizada :)
Há uns dias, publicamos uma análise sobre as fakenews contra a cannabis institucionalizadas no (des)governo atual, que lançou uma cartilha repleta de imprecisões e até mentiras, como quando afirma não existir maconha medicinal. Ô, amigo, pera lá, né?
Também no finzinho de julho, a Casa&Jardim subiu no online reportagem que publicamos no impresso de junho, edição do 69º aniversário da revista, sobre os usos do cânhamo na construção civil e no design. Conversei com vários estudios gringos de arquitetura, como o Barrault&Pressacco, na França, e Ideo Arquitetura, na Espanha para saber como eles, que se destacam no uso do cânhamo na construção no mundo, estão utilizando essa matéria-prima.
Bora de news!
Governo Biden diz que aprovará psicodélicos dentro de dois anos
O departamento de Saúde e Serviços Humanos da administração Biden antecipou que a FDA aprovará terapias psicodélicas, como MDMA e psilocibina, dentro de dois anos. Segundo informou o The Intercept Miriam Delphin-Rittmon, secretária assistente de saúde mental e uso de substâncias divulgou, em uma carta. “A SAMHSA concorda que muitos americanos estão sofrendo de problemas de saúde mental e uso de substâncias, que foram exacerbados pela pandemia de COVID-19, e que devemos explorar o potencial das terapias psicodélicas para lidar com essa crise.” Esse passo é importante porque sem legislação federal para legalizar substâncias psicodélicas, os pacientes da terapia psicodélica continuarão a habitar um espaço cinzento da lei ou realizar sessões em espaços não regulamentados, onde o abuso não pode ser mitigado pela perda de licença. A carta da administração de Biden foi certamente uma surpresa, dado o histórico do governo no último 1/2 século em relação a esses compostos.
Agências de saúde dos EUA querem estudar canabinoides menores
Depois de décadas sem estudos relativos a cannabis, vem surgindo cada mais interesse em tirar o atraso com várias iniciativas de pesquisa científica com a planta no mundo. Nos EUA, por exemplo, um grupo de agências federais de saúde disse em uma publicação do governo que quer estudar vários “canabinóides menores” e também terpenos presentes na cannabis. A ideia é determinar a melhor forma de usá-los para tratar uma gama de doenças. De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde, oito das afiliadas da agência pretendem financiar estudos sobre maconha medicinal. Os estudos se concentrarão em canabinóides como CBD, CBN, CBG e delta-8 THC, em vez do comumente conhecido THC, o principal canabinóide da maconha que dá o “barato”. Entre as pesquisas planejadas, estão identificar os mecanismos pelos quais os canabinóides e terpenos menores na planta de cannabis podem afetar a interceptação do câncer, a resistência e o gerenciamento dos sintomas do câncer. Entender os benefícios terapêuticos no tratamento de glaucoma e degenerações da retina; de demências relacionadas à doença de Alzheimer; de transtorno pelo uso de bebida alcoólica; em condições dentárias e em distúrbios neurodegenerativos e acidente vascular cerebral.
Terapia com cetamina em casa funcionou para 89% dos pacientes com depressão
Várias sessões de terapia de cetamina em casa apoiadas por telemedicina são uma maneira segura e eficaz de tratar ansiedade e depressão moderada a grave, diz um novo estudo. Os resultados, publicados recentemente no Journal of Affective Disorders, sugerem que uma abordagem caseira com cetamina sublingual, em vez de infusão intravenosa ou injeção intramuscular, pode tornar a terapia com cetamina mais acessível. Antes usada principalmente como anestésico, vem ganhando terreno como um tratamento potencial para transtornos depressivos e ideação suicida em ambientes clínicos. A terapia pode ser usada em conjunto com um antidepressivo oral para o tratamento da depressão em pessoas que não se beneficiaram apenas com antidepressivos. No estudo atual, o maior desse tipo até o momento, mais de 1.200 adultos receberam terapia com cetamina sublingual em casa com o apoio da plataforma de telemedicina Mindbloom. Todos os participantes do estudo foram diagnosticados com ansiedade grave, depressão moderada a grave ou ambos. Ao longo do estudo, os participantes se reuniram com um coach comportamental que ajudou os participantes a se prepararem para a primeira sessão e forneceu suporte entre as sessões, inclusive por mensagem de texto. O protocolo de terapia domiciliar incluiu quatro sessões semanais de medicação. Durante cada sessão, os participantes dissolveram o comprimido de cetamina sob a língua, colocaram uma máscara nos olhos e ouviram música por uma hora. Depois, eles escreveram em um diário sobre a experiência, o que os ajudou a refletir e integrar seus sentimentos e percepções. Após quatro sessões de medicação, cerca de 89% das pessoas notaram melhoras na ansiedade ou depressão, imediatamente ou após as duas primeiras sessões. No geral, quase 63% das pessoas tiveram uma redução de 50% ou mais em seus sintomas. Além disso, os pesquisadores observaram uma diminuição no número de participantes que relataram ter pensamentos ou ideias suicidas. Os efeitos colaterais do tratamento com cetamina foram raros, relatados por menos de 5% dos participantes. Apenas quatro pessoas abandonaram o tratamento devido a eventos adversos.
CBD é seguro e não precisa de receita médica, diz junta de pesquisadores da Anvisa do Canadá
Depois de Washington DC, nos EUA, liberar a venda de CBD sem receita médica, um grupo de cientistas do Canadá sugeriu, no fim de julho, que o acesso a substância deva seguir o mesmo caminho no país. O CBD é “seguro e tolerável” em adultos saudáveis e deve estar disponível sem receita médica. Essa foi a recomendação enviada pelos pesquisadores que a Health Canada – equivalente à Anvisa – nomeou para considerar se o CBD deve ser vendido por varejistas tradicionais e não apenas limitado a lojas de cannabis para uso adulto ou por recomendação médica. Os nove membros do painel de especialistas concluíram que o CBD é “seguro e tolerável para uso a curto prazo (máximo de 30 dias) em doses de 20 a 200 mg por dia”. A Health Canadá não estipulou prazo para a liberação do CBD sem receita, mas os empresários do país estão animados com um enorme mercado prestes a se abrir.
Canabidiol melhorou o sintoma de 43% de jovens com ansiedade
O CBD pode reduzir a gravidade dos sintomas de ansiedade crônica em jovens, segundo um novo estudo. Adolescentes e jovens adultos com ansiedade resistente ao tratamento que receberam uma única pílula diária de CBD por 12 semanas relataram que seus sintomas caíram em média 43%, a organização australiana de saúde mental juvenil Orygen descobriu em um estudo piloto publicado há poucos dias. Os resultados entre os 31 pacientes foram notáveis, disse Paul Amminger , pesquisador da Orygen e professor de saúde mental juvenil da Universidade de Melbourne, que liderou o estudo. “Os jovens tiveram menos ataques de pânico e puderam fazer coisas que antes não podiam fazer, como sair de casa, ir à escola, participar de situações sociais, comer em restaurantes, usar transporte público ou comparecer a consultas sozinho”, disse ele. Os participantes com idades entre 12 e 25 anos receberam uma dose inicial de 200 miligramas por dia, que foi dobrada após uma semana. Aqueles que não apresentaram melhora significativa tiveram sua dosagem aumentada para até 800 mg por dia. Todos receberam sessões quinzenais de terapia cognitivo-comportamental. As descobertas precisam ser confirmadas com estudos maiores e mais longos.
Por quê a indústria da cannabis está demitindo tanto?
A indústria legal de cannabis está crescendo, principalmente onde seu uso adulto é legalizado. Previsões dão conta de que as vendas de maconha atingirão surpreendentes US$ 33 bilhões em 2022 a nível global. Fica difícil imaginar que as empresas de cannabis tenham algum problema, mas é verdade que têm, sim. Nos últimos anos, vários grandes players da cannabis demitiram uma porcentagem considerável de sua força de trabalho. Embora a indústria tenha sido resiliente durante a pandemia do COVID-19, cada vez mais empresas anunciam que estão cortando excedentes. Para algumas delas, as demissões ocorrem ao não perceberem o retorno de investimentos milionários. O excesso de oferta também conta pontos. Mais recentemente, foi a vez da Canopy Growth, uma grande empresa de cannabis que demitiu 250 funcionários na tentativa de reduzir os custos dos produtos e otimizar sua operação. O traço comum em muitas dessas demissões parece ser um estreitamento de foco, escopo e tamanho para alcançar os lucros desejados. Embora, por um lado, essas demissões possam desencadear algumas bandeiras vermelhas de alerta para os investidores, é importante lembrar que isso não é incomum nos negócios. Outras indústrias experimentaram dores de crescimento enquanto navegavam em águas desconhecidas. A parte importante desse movimento é aprender a cortar a gordura antes de afetar mais empregos.
Pesquisa revela que 28% dos americanos usaram psicodélicos pelo menos uma vez na vida
À medida que as pessoas estão se tornando mais abertas a experimentar tratamentos alternativos para vários problemas de saúde, ou simplesmente para fins de bem-estar, a cannabis e os psicodélicos se popularizam. Embora tenha sido confirmado que a cannabis é a substância mais consumida no mundo, com cerca de 209 milhões de usuários em 2020, os psicodélicos estão apenas começando. De acordo com uma nova pesquisa do YouGov, cerca de 28% dos americanos experimentaram pelo menos uma droga psicodélica na vida. A pesquisa, que interpelou 1.000 adultos entre 22 e 25 anos, revelou que a substância psicodélica mais usada é o LSD (14%), seguido pela psilocibina (13%). As outras substâncias psicodélicas citadas na pesquisa foram MDMA (9%), cetamina (6%) e DMT (6%). Falando nisso, Aaron Rodgers, jogador de futebol americano, associou seu ótimo desempenho na temporada da NFL à experiência que teve com a ayahuasca.
Comércio de cannabis cresce rapidamente no novo mercado tailandês
Desde que o governo da Tailândia legalizou a cannabis no mês passado, o país viu um aumento de empresas que oferecem produtos à base de cannabis, como creme dental, chá e sabonetes. A Reuters deu essa história em destaque. Embora a nação tenha legalizado toda a planta de cannabis para cultivo, os produtos vendáveis não podem conter mais de 0,2% de THC. No entanto, a reportagem observa que alguns comerciantes estão vendendo produtos ricos em THC, apesar de um projeto de lei para regular a prática ainda em tramitação no Parlamento. O ministro da Saúde, defensor das reformas de legalização na Tailândia, disse à Reuters que quer “ver as pessoas enriquecendo com tais produtos”. E disse também que a indústria de cannabis da Tailândia pode ultrapassar os US$ 3 bilhões em alguns anos. Para celebrar a legalização da cannabis para cultivo e comércio, as autoridades distribuíram, no começo de junho, plantas de cannabis aos tailandeses..
Morgan Stanley avalia positivamente o mercado de terapia psicodélica
Em junho, informamos sobre a KPMG, uma firma de contabilidade "Big Four", que divulgou um relatório positivo sobre psicodélicos. Hoje temos outro grande player, o Morgan Stanley, publicando sua visão sobre o mercado de medicamentos psicodélicos. A equipe da Counterpoint Global do Morgan Stanley “compartilha suas visões proprietárias sobre uma grande ideia que tem o potencial de desencadear consequências de longo alcance, e eles publicaram um pequeno relatório de 4 páginas sobre o potencial dos psicodélicos para atrapalhar a saúde”. Em termos de conteúdo, não há nada realmente novo aqui para leitores experientes no espaço; é mais uma introdução ao setor para grandes investidores. O que por si só já é uma ótima notícia. A aceitação da medicina psicodélica por grandes instituições e investidores institucionais será um dos principais fatores que decidirão o futuro do setor, e o Morgan Stanley colocando seu nome por trás de seu potencial certamente ajudará a acelerar as coisas. Os autores apontam para a falta de inovação no campo do tratamento em saúde mental, destacando uma necessidade com grande potencial de mercado. Eles também discutem a eficácia relativamente baixa das drogas atuais e que o caminho dos psicodélicos para a aprovação regulatória já está bem encaminhado. No geral, uma introdução bastante positiva aos psicodélicos e um pequeno, mas significativo, passo à frente para a indústria.
Estudo pré-clínico encontra potencial antibacteriano do CBD
Os extratos de CBD extraídos em full spectrum mostraram atividade antibacteriana contra várias espécies de salmonela em cultura de maneira semelhante à do antibiótico convencional ampicilina, de acordo com dados pré -clínicos publicados na revista Molecules. As espécies de Salmonella estão entre os patógenos de origem alimentar mais comuns e prevalentes em todo o mundo. Os pesquisadores revelaram que os extratos de CBD inibiram o crescimento de células da bactéria salmonela, e explicaram que “as infecções por salmonela são normalmente tratadas com antibióticos de amplo espectro, como ampicilina; no entanto, o desenvolvimento de resistência a esses tratamentos tem aumentado a necessidade de tratamentos alternativos”. Embora o estudo ilumine o potencial do CBD como terapêutico e preencha uma lacuna na literatura atual, trabalhos futuros são necessários para o desenvolvimento do composto como agente terapêutico.
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Por hoje é isso, minha gente. Nos despedimos com algumas atualizações.
Uma sobre o caso Brittney Griner. A atleta foi condenada no tribunal russo a 9 anos e meio, quase a pena máxima possível para o crime de que foi acusada. Agora é acompanhar as trativas entre o governos de EUA e Rússia, que negociam a troca de prisioneiros. Ojalá! A outra, sobre o desenrolar da fraude de Juicy Fields. A Business Cann destacou que o advogado representate das vítimas do golpe afirmou que as perdas juntas somam mais de 500 milhões de euros. Para finalizar, repercutimos a histórica capa da Forbes, que pela primeira vez na história estampou na capa um executivo da cannabis, o rapper cheio da grana, Berner. Já era hora de a revista dar bola para a 5ª commodity mais valiosa do país.
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Beijos e abraços,
Anita