Cannabis Hoje #60 ☘️ como falar sobre maconha
legalidade das sementes | cannabis na menopausa | o impacto da guerra às drogas no meio ambiente e mais
oi, oi!
o seu boletim mensal sobre o que aconteceu de mais importante na cannabis e nos psicodélicos chegou :)
mas para ser bem sincera, estamos vivemos tempos de calmaria. será a tal da calma que precede a tempestade? se for assim, que seja tempestade de avanços, de good vibes, porque de tristezas esse mundo já tá bem cheio, né?
☘️ vou tentar manter a peridicidade mensal da news mas a real é que não consigo dar certeza absoluta. é que daqui até o fim do ano estou concentrada na criação de três projetos que na hora certa vou contar a você do que se trata, mas que por enquanto só posso dizer que são três coisas grandes, que me tomam muito tempo e trazem muita alegria para a minha vida
☘️ não pense que a news não é uma prioridade, muito pelo contrário. eu ainda não estou completamente satisfeita com o formato, e por isso mesmo ando estudando muito a respeito, por exemplo com os cursos da Gaía Passarelli e da Beatriz Guarezi. se tiver alguém aí afins de criar uma newsletter, recomendo seguir e aprender com elas tudo o que for possível
☘️ agora que você já sabe que estamos em constante (re)construção, dá um desconto para a cara da news que vem mudando quase que a cada edição. estou testando, experimentando. como diria rui castro sobre a escrita (e que vale para quase tudo na vida), não existe alguém que escreve bem, existe quem reescreve bem
aproveite a leitura ;)
pensando alto sobre a indústria da cannabis no brasil
os segredos do ramo
aquele papo descontraído e muito informativo com os profissionais de maior destaque no cenário canábico
Poli Rodrigues, aquela mina arretada que faz e acontece, à frente da marca de produtos menstruais FloYou e uma das organizadoras da festa 420 Bagachic
Sérgio Rocha, um dos únicos empreendedores negros da cannabis no nosso país, aula de empreendedorismo e seriedade com o exemplo da Adwa, que criou quando ainda estava estudando, e hoje é a única empresa de melhoramento genético de cannabis no Brasil, com autorização de plantio e tudo
Will Sassano, um dos grandes comunicadores de cannabis que nós temos, criador do Canal UmDois e putinha do audiovisual, como ele mesmo se descreve, salve simpatia
Paula Dall Stella, médica pioneira na prescrição de cannabis no Brasil, hoje está à frente de um setor com a erva no Hospital Sírio Libanês e também da Sativa Education, uma escola para médicos que queiram aprender a fundo sobre medicina endocanabinoide, e não apenas a prescrever
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Os episódios estão disponíveis na sua plataforma de áudio preferida e também no Youtube
E lembre-se: a sua sugestão é bem-vinda! Escreve pra gente ;)
escrevi por aí
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SEMENTES DE MACONHA NO BRASIL, LEGAIS OU ILEGAIS?
O fechamento de estandes na ExpoCannabis reacendeu o debate sobre o tema da importação e comercialização das sementes de cannabis no Brasil, mais uma questão canábica que permanece em um limbo jurídico, onde a importação de pequenas quantidades deixou de ser crime em 2020, mas que por outro lado tampouco encontra respaldo permitindo a sua comercialização. Quem quiser importar sementes, pode fazê-lo sem grandes problemas, mas também sem qualquer garantia de que irá receber a encomenda ou ter a dor de cabeça de ter de comparecer à delegacia para explicar o motivo da compra.
Esse cenário cinzento estimula a importação e sufoca os negócios brasileiros, o que, no entanto, não quer dizer que eles não existam. O segredo por trás do negócio da venda de sementes de cannabis em quase todos os países do mundo, inclusive no Brasil, está na sua finalidade. Sua venda “legal” é sustentada pela tese de que é para fins colecionáveis. E assim comprar semente para fins recreativos ou para os pacientes com habeas corpus poderem produzir seu próprio remédio segue sendo possível. A advogada especialista em política de drogas, Marcela Sanches Goldschmidt, me ajudou a entender a questão.
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OSMAR TERRA ESPALHA FAKE NEWS RELACIONANDO FENTANIL À CANNABIS
Nós, brasileiros, já estamos tão acostumados com políticos desinformando a população ao invés de contribuir para a educação da sociedade, que já não nos espantamos quando um parlamentar cria e espalha fake news por aí com a certeza da impunidade. Mas devia espantar, sim, que Osmar Terra (do MDB - Movimento Democrático Brasileiro) conte mentiras nas suas redes sociais, colaborando para a desinformação de uma sociedade já carente de educação e de ferramentas para dissernir o que é informação de qualidade, confiável. Afinal, ele trabalha pela sociedade ou contra ela? Associar a epidemia de #fentanil, que assola e preocupa os EUA, à legalização da cannabis em NY, que nada tem a ver, foi o último golpe baixo deste senhor que se opõe ferozmente à regulametação da #cannabis no Brasil. Esse é o nível dos detratores da planta no nosso país. E você, já flagrou alguma fake news descarada sobre cannabis por aí? Compartilha com a gente.
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A CANNABIS É A NOVA ALIADA NA MENOPAUSA
“O canabidiol é seguro e uma alternativa para a menopausa além da reposição hormonal”
Vira de um lado, vira do outro, levanta para beber água, e meia hora depois, para ir ao banheiro, volta a se revirar na cama e nisso, lá se foi metade de uma noite de sono. Cansadas de compartilhar a cama com a insônia, várias mulheres estão se rendendo a cannabis na esperança de voltar a dormir 8 horas seguidas. Mas não apenas. A famigerada planta tem reduzido outros desconfortos dessa fase da vida, e contribuindo para melhoras na ansiedade, irritabilidade, insônia, compulsão alimentar, ressecamento vaginal e sintomas genitourinários que costumam começar a perturbar as mulheres entre os 45 e 55 anos de idade, podendo durar até cinco anos. Conversei com várias mulheres, médicas e pacientes, que confirmam empiricamente o potencial terapêutico da cannabis que os estudos apenas começam a indicar.
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A ONU ACONSELHA E O SENADO IGNORA
Quando digo que o Senado Federal está indo na contramão do mundo, pela maneira com que decidiu se posicionar nas recentes discussões sobre política de drogas, eu não exagero. Além de sermos praticamente o último país na América Latina a manter a criminalização do porte de pequenas quantidades de droga para uso pessoal, o Brasil também atua na oposição do que preconiza o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Há poucos dias, a ONU publicou um documento pedindo que as políticas de drogas de seus Estados-membros protejam, antes de tudo, os direitos humanos. Se tais políticas foram construídas com o objetivo de proteger os cidadãos, mas o que vemos na prática é a violação e a perseguição dos direitos dessa mesma população, quer dizer que passou da hora de uma revisão.
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O IMPACTO DA GUERRA ÀS DROGAS NO MEIO AMBIENTE
Quantos de nós já chegamos a relacionar a problemática da guerra às drogas a um importante impacto no meio ambiente? Pois é, esse é um daqueles tópicos de discussão ainda muito pouco aprofundados, uma ficha que vai caindo muito lentamente e, por isso mesmo, precisa ser abordado com maior frequência, em mais lugares e por pessoas de perfis diversos. Pertença você a esse ou àquele perfil, invariavelmente será atravessado por esses 2 temas. Urgência não falta, afinal, tanto o cuidado para com o meio ambiente como a necessidade de se revisar a lógica das políticas de drogas no mundo têm ganhado cada vez mais importância no centro do debate mundial. Ainda bem.
Artigo feito a partir de uma reflexão sobre o relatório Revealing the missing link to Climate Justice.
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COMO FALAR SOBRE MACONHA
O novo livro de Sidarta Ribeiro (neurocientista que dispensa apresentações), “As Flores do Bem”, devia mesmo ter outro nome. “Como conversar sobre maconha” ou “Como estabelecer um diálogo com ciência e bom senso sobre cannabis” fariam jus ao que de fato a obra representa, um compilado de informações valiosas sobre o passado e o presente da planta, apresentadas em uma narrativa saborosa. Só nos últimos 2 meses, esse já é o 4º lançamento de livro sobre cannabis no Brasil. Entraram no catálogo das livrarias trazendo, cada um à sua maneira, informações esclarecedoras sobre o universo brasileiro da maconha: “Baseado em Papos Reais – Maconha”, de Bruno Levinson, com uma série de entrevistas (de Nelson Motta, Fernanda Abreu e MV Bill a Francisco Bosco); a HQ “Diamba – Histórias do Proibicionismo no Brasil”, do quadrinista @Daniel Paiva (pela @Brasa Editora; e “A Maconha no Brasil Através da Imprensa”, de Gustavo Maia.
Vem ler a primeira resenha sobre "Flores do Bem", que oferece também uma reflexão sobre a argumentação bem embasada de Sidarta dos mais variados aspectos da planta, um prato cheio para quem quer estar preparado para estabelecer uma conversação de alto nível sobre maconha.
saí por aí
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A Joana Scopel me entrevistou para um importante artigo sobre mulheres no jornalismo canábico publicado em setembro no portal Benzinga. Com ela, soube de um dado estarrecedor: embora atualmente mais mulheres do que homens tenham diplomas de jornalismo, um estudo de 2021 do Center for Women's Media descobriu que 65% das reportagens são assinadas por jornalistas do sexo masculino na mídia impressa e digital, na tv a cabo e também na TV aberta.
Falei sobre como é cobrir cannabis e psicodélicos no Brasil, das minhas origens indígenas e de mulher nascida e criada na periferia de São Paulo.
fique sabendo
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o Cannabis Hoje virou site, iuhu! ainda em fase de atualização, mas que vai concentrar toda a minha produção jornalística sobre cannabis, com todos os episódios do podcast, todos os artigos de opinião, reportagens que publico na grande mídia, o que publicam sobre mim, os pitacos que dou nas reportagens alheias e assim por diante.
Roland Griffiths partiu =/ um dos maiores cientistas psicodélicos e dos principais responsáveis pela redescoberta do enorme potencial das substâncias psicodélicas na medicina, roland descobriu no ano passado um câncer de pâncrear de grau IV, praticamente uma sentença de morte. justo ele, que estudava o impacto da terapia com cogumelos para combater a ansiedade no fim da vida. roland é adorado por uma comunidade global (a qual com certeza me incluo) por tantos aprendizados que nos deixou. alguns deles você pode ver nessa entrevista para a oprah.
que tal pedalar para financiar um estudo clínico inédito sobre a eficácia da cannabis no tratamento de câncer cerebral em humanos? o medical cannabis bike tour, uma organização europeia de ciclistas sem fins lucrativos, mobilizou atletas profissionais e de fim de semana a pedalar com a ideia de arrecadar fundos para financiar um estudo pioneiro com cannabis no tratamento de tumores cerebrais do tipo glioblastoma (um dos mais agressivos). em 5 eventos, foram arrecadados 400 mil euros (mais de R$ 2 milhões). finalmente esse estudo, que já estava aprovado há anos, saiu do papel no mês passado e durante os próximos 18 meses, vai observar o efeito antitumoral da cannabis. para saber os detalhes da história, vale ler um artigo que publiquei no fim do ano passado no poder360.
falando em pesquisa, o pessoal da unifesp está buscando voluntários para dois estudos com psicodélicos. um com ayahuasca, que será testada em um protocolo para tratar abuso em álcool, e outro com cogumelos, para testar seu efeito contra o tabagismo. ficou afins de se candidatar? procure saber pelo +55 11 99925-0420 ou pesquisaproad@gmail.com.
nem todo mundo sabe, mas eu moro em barcelona por estratégia profissional. é que a cidade tem um modelo único no mundo de permissão (ou da falta dela) para os clubes canábicos. é completamente diferente de amsterdam ou de vancouver. e por mais que haja críticas, é o mais bem avaliado no mundo. os suíços e os alemães estão estudando replicar o modelo. malta já fez a lição de casa e agora trabalha em sua implementação, e em março passado até uma comitiva de profissionais dos eua passou dias por aqui para observar os detalhes do modelo catalão de dispensação de cannabis nos coffees shop.
por hoje é isso ;)
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nos vemos logo.
besito, anita.