Cannabis Hoje #63 ☘️ Cannabis como plataforma política
redução de danos | multa a usuários de drogas | psicodélicos no sexo e mais
Olá olá!
Tudo bem por aí?
Hoje é meu anivers, iuhuuu, e tô escrevendo esse boletim pra vocês diretamente da Argentina (viemos apresentar Morena Flor a parte da família que ainda não a conhecia, pure love).
No mês de meu aniversário também lancei a 2ª temporada do Cannabis Hoje Pod, e a revista Breeza, da qual sou diretora de redação ao lado de companheiros super especiais na criação dessa que pretende ser a sua referência de cultura canábica.
Na quinta-feira passada lançamos as redes da Breeza (segue lá!), onde fazemos um esquenta para o lançamento oficial do site e da primeira edição, que está realmente maravilhosa! Ansiosa por compartilhar logo com vocês!
Ao lado de Filipe Vilicic (publisher), Leo Martins (diretor de audiência), e Gastón Lepera (designer), trazemos uma proposta totalmente nova no Brasil: falar de maconha sem tabu, trazendo reportagens inéditas, desde pontos de vista pouco explorados, e entrevistas com referências nacionais e internacionais pensando (e agindo) sobre a importância da maconha em todos os setores da sociedade.
Que rufem os tambores, a próxima edição desta news trará uma nova breeza, e pelos próximos seis meses também teremos episódios semanais no podcast ;)
vem comigo!
os segredos do ramo
aquele papo descontraído sobre empreendedorismo e negócios com os profissionais de maior destaque no mundo canábico
O Cannabis Hoje Pod conversou com o deputado estadual Caio França, autor da Lei que garante a distribuição gratuita de cannabis no SUS de São Paulo, na estreia da 2ª temporada de Segredos do Ramo, série sobre empreendedorismo e negócios em cannabis.
França, que abraçou a cannabis depois de ouvir os apelos de uma mãe atípica, já considera essa, a pauta da sua vida. Com ou sem mandato, ele se compromete a seguir defendendo a bandeira da cannabis. “Estou no caminho certo e seguro do movimento que tô fazendo.”
Como político brasileiro mais destacado na defesa da cannabis, França avalia que a cannabis pode angariar votos aos políticos que se associam à causa, e diz não entender a razão de os candidatos presidenciais excluírem o tema das propostas de governo.
Ele se diz um aprendiz na luta pelo acesso à cannabis e reconhece que o fato de não ser “exageradamente militante” possibilitou avançar no tema e conquistar novos apoios, como a deputada Edna Macedo (irmã do bispo Edir Macedo, da bancada evangélica), que votou em favor da cannabis no SUS.
Aperta o play para saber mais sobre os bastidores da cannabis na política!
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A segunda temporada do Cannabis Hoje Pod tem o apoio de USA Hemp, Aleda, Simples Cannabis, Humora e Ease Labs. Essas são empresas que reconhecem o valor da comunicação responsável e do jornalismo de qualidade para promover o crescimento do setor com informação e normalização do que um dia foi tabu.
escrevi por aí
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MULTAR USUÁRIOS DE DROGAS É INCONSTITUCIONAL
Logo nos primeiros dias do ano surgiram vários projetos de lei no Brasil todo que, rezando a cartilha da fracassada guerra às drogas, querem uma vez mais punir os usuários de substâncias tidas como ilícitas.
Impressionada com o número de propostas que propõem multar pessoas fazendo uso, transportando ou comprando tais substâncias, levantei dados para trazer pra vocês. Ao menos 11 cidades brasileiras querem multar usuários, a maioria delas em Santa Catarina.
Enquanto o mundo todo coloca esforços na intenção de encontrar novas maneiras de lidar com a questão das drogas, certos políticos brasileiros insistem em ser vanguarda do retrocesso. Ou ainda pior, criam projetos inconstitucionais, alguns inclusive já foram aprovados e estão vigentes.
Segundo o advogado em política de drogas Erik Torquato, Estados e municípios não têm competência para legislar sobre uma conduta que já é deliberada na Lei de Drogas (11.343 de 2006).
Esse tipo de multa pode e deve ser contestada, através de recursos administrativos ou judiciais, que têm tudo para serem aceitos, por se tratar, como já se sabe, de uma inconstitucionalidade.
Conhecer os nossos direitos é importante pra não perder nenhum deles.
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LEGALIZAR A MACONHA ACABA COM O TRÁFICO?
A experiência uruguaia diz que a coisa é bem mais complexa e não se resume a um "sim" ou "não". Por lá, só depois de 10 anos da legalização foi que o consumo legal ultrapassou o ilegal.
Os motivos são vários, e talvez o mais importante deles seja a pouca variedade de cepas autorizadas pelo governo. Pouca variedade e baixo THC.
Durante muito tempo, só foram disponibilizadas duas variedades psicoativas da erva para compra pelo mercado regulado, ambas com uma proporção considerada baixa, de até 9% de THC.
A coisa começou a mudar de figura quando uma terceira cepa, com 15% de THC, entrou no mercado. Se houver, de fato, um compromisso com a eliminação do tráfico de drogas, os governos vão precisar se adequar à realidade de consumo.
A experiência pioneira do Uruguai nos ensina também que a aceitação social em relação ao uso de cannabis tende a ser mais favorável à medida que o processo de regulação avança e abre espaço para ações de educação e redução de danos.
Há 10 anos, apenas 40% da população era favorável á liberação da erva, hoje esse número saltou para 66%.
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REDUÇÃO DE DANOS É PARA O CARNAVAL E ALÉM
Se você intercala copos de água com taças de vinho, não dirige depois de consumir bebida alcoólica e só dá um traguinho em cigarro que tenha filtro, parabéns, você já está colocando em prática técnicas de redução de danos.
Tem gente tentando criminalizar iniciativas de redução de danos? Sempre teve. Mas vem cá, não caia na deles, RD é para o carnaval e além!
As estratégias de RD enfrentam moralismos arraigados e, por isso, são combatidas como se fossem ofensa pessoal.
Ações tão simples quanto manter-se hidratado, usar protetor solar, não compartilhar objetos perfurantes, evitar mesclar diferentes substâncias e estar perto de pessoas de confiança podem ser a diferença entre ter uma experiência segura ou desastrosa.
O real risco de se usar drogas, na maioria dos casos, tem mais a ver com a ignorância e o proibicionismo do que com os efeitos da droga no corpo do usuário.
Mesmo quando há um risco causado pela droga, ele geralmente não está no consumo em si, mas na interação entre duas ou mais substâncias.
Para tentar amenizar esses riscos, os coletivos de redução de danos, que trabalham quase sempre com voluntários, se dedicam a compartilhar informação e até a testagem gratuita de drogas.
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ACESSO À CANNABIS MEDICINAL NO BRASIL É DOS MELHORES DO MUNDO
A regulamentação da cannabis medicinal na Espanha finalmente está em marcha. Até hoje, apenas 2 medicamentos estão disponíveis para o tratamento dos espanhóis que padecem de esclerose múltipla e epilepsia.
A nova regulamentação para a cannabis medicinal na Espanha é bem menos permissiva que o cenário atual brasileiro. Nada de importação ou compra em farmácia.
Os medicamentos serão oferecidos preferencialmente nos hospitais, e só como última opção, quando remédios convencionais não funcionarem, o que caracteriza um terrível equívoco.
Isso me fez refletir sobre como o acesso à cannabis medicinal no Brasil é, de fato, um dos melhores do mundo!
Tratando-se do que aqui chamamos de cannabis medicinal –mesmo entendendo que toda cannabis é medicinal–, o Brasil, mesmo sem regulação específica e só com as resoluções propostas pela Anvisa, está muito à frente não só da Espanha, mas também de muitos outros países, como Colômbia e Estados Unidos.
Os brasileiros tanto podem importar mais de 100 produtos de cannabis, distribuídos em diversas apresentações, por meio da RDC 660, quanto comprar na farmácia mais de 35 formulações que já foram autorizadas pela Anvisa, graças à RDC 327.
Além disso, ainda há a possibilidade de fazer parte de uma associação de pacientes ou cultivar o seu próprio remédio em casa, fazendo uso de um habeas corpus de cultivo.
Sim, ainda há muito por melhorar no cenário da cannabis medicinal no Brasil, mas que isso não nos impeça de reconhecer os nossos acertos, os nossos avanços.
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Substâncias psicodélicas (incluindo cogumelos psilocibinos e LSD), podem melhorar a satisfação sexual durante os seis meses após uma experiência psicodélica, indica um novo estudo publicado na conceituada revista Nature.
Além de tratar depressão de difícil controle (aquelas em que os medicamentos convencionais não funcionam), a descoberta indica que os psicodélicos também podem melhorar a sexualidade, uma área da vida normalmente afetada negativamente pelos remédios de tarja preta normalmente utilizados no tratamento de depressão e outras patologias mentais.
A pesquisa foi conduzida por pesquisadores super conceituados (como David Nutt e Robin Carhart-Harris) do Imperial College de Londres, um dos principais centros de investigação psicodélica do mundo.
Os autores dizem que esse estudo, que analisou 261 participantes antes e depois de tomarem psicodélicos, é o primeiro estudo científico que explora formalmente os efeitos de substâncias psicodélicas na sexualidade.
Esse tipo de pesquisa pode parecer peculiar, mas os aspectos psicológicos da função sexual — como pensamos sobre nossos próprios corpos, nossa atração por nossos parceiros e nossa capacidade de conectar-se intimamente com as pessoas — são importantes para o bem-estar psicológico de adultos.
A disfunção sexual é um sintoma comum de distúrbios de saúde mental, e também um efeito colateral comum dos medicamentos para ansiedade e depressão. Por sua vez, a experiência psicodélica aumentou o prazer sexual, a excitação, a satisfação com o sexo, a atração pelos parceiros, o prazer com sua própria aparência física, a comunicação e o senso de conexão.
Mais estudos são necessários para confirmar esses primeiros achados, mas é ótimo saber que os psicodélicos ajudam a equilibrar a sexualidade, um impulso humano fundamental, cuja disfunção pode impactar a felicidade subjetiva e até o significado da vida.
saí por aí
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A Nison Co. me inclui na lista dos Top Jornalistas em Cannabis para seguir no Linkedin e Twitter. Gracias, Nison! É lindo fazer parte desta lista das referências internacionais do jornalismo canábico ;)
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A Cannalize e a Cannabis & Saúde publicaram matéria sobre o lançamento da 2ª temporada do Cannabis Hoje Pod <3
por hoje é isso!
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fico esperando o amorzinho virtual de vocês pelos meus 36 ;) chega nas redes, chega nos comentários que eu sou peixa sensible!
beijos mil,
até mais!!