Cannabis Hoje #64 ☘️ Maconheiras, sim!
as brasileiras da cannabis | helena rizzo fuma um | ministro do STJ apoia a descriminalização | o bilionário mercado rec no brasil e mais
Olá olá, meus queridos e queridas. Uau! Quanta coisa aconteceu nesse último mês!
O STF basicamente voltou a decepcionar desperdiçando uma vez mais a oportunidade de descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal. E a bem da verdade, essa história tá caminhando pra dar em nada. Pode até descriminalizar, mas na prática, difícil que algo mude. A pressão do Senado, que pediu truco, pede que a sociedade civil una forças. Bora assinar essa nota pública contra a PEC 45/2023?
Naquela mesma semana, entrevistei com exclusividade o Ministro do STJ Rogerio Schietti para a Breeza, e pautamos toda a grande mídia, bote aí O Globo, Folha, Estadão, Veja, UOL, Metrópoles, O Dia etc.
A Breeza, aliás, também publicou outra entrevista que repercutiu pelos quatro cantos, com a Helena Rizzo falando abertamente e pela primeira vez sobre seu consumo “recreativo” e também “medicinal” de maconha. Por que das aspas? Porque a gente entende que todo uso é terapêutico.
Ainda deu tempo de encontrar figuras da cannabis no mundo inteiro durante a Cannabis Week em Barcelona, uma série de eventos que orbitam a Spannabis, maior feira de maconha do mundo. Abracei Alice Reis, Marco Algorta, Mercedes Ponce de León, Javier Hasse, Camila Nocetti, Vinícius Alvarenga, Secret Labs e mais uma galera.
Contei um pouco da Spannabis e fiz uma previsão ousada, a de que este ano foi provavelmente o último que a feira pode se autoproclamar o maior evento do planeta. Isso porque a ExpoCannabis Brasil está quase triplicando sua capacidade de público, tamanho, e número de estandes em sua 2ª edição, em novembro deste ano, e com isso, deve tomar a dianteira no mundo dos eventos canábicos.
Mas vamo que vamo que ainda tem muita coisa pra te contar…
os segredos do ramo
aquele papo descontraído sobre empreendedorismo e negócios com os profissionais de maior destaque no mundo canábico
Marcela Ikeda, chef de cozinha com renome e experiência internacionais, cria pratos com cânhamo e THC
Ana Júlia Kiss, empreende com cannabis no Brasil e nos EUA, e está expandindo para a Europa com a Humora, a 1ª marca de cannabis para o bem-estar no Brasil
Rodrigo Mesquita, advogado dos mais conhecidos e atuantes na indústria, conquistou direito de plantio para Adwa e direito de exposição de uma planta de maconha na ExpoCannabis Brasil
Cidinha Carvalho, mãe atípica e fundadora da associação de pacientes Cultive, recebeu a 1ª autorização de São Paulo para plantar maconha
A segunda temporada do Cannabis Hoje Pod tem o apoio de USA Hemp, Aleda, Simples Cannabis, Humora e Ease Labs. Essas são empresas que reconhecem o valor da comunicação responsável e do jornalismo de qualidade para promover o crescimento do setor com informação e normalização do que um dia foi tabu.
escrevi por aí
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MACONHEIRAS, SIM!
Talvez você não saiba, mas a redescoberta da cannabis no Brasil é uma mudança de paradigmas liderada por mulheres – ou melhor: por mães de crianças atípicas, que há pelo menos uma década defendem o direito ao acesso à planta em nome da melhora da saúde dos seus filhos.
Ao lado delas, porém, há outras mulheres de todas as áreas do conhecimento, que fazem parte do processo de normalização da maconha na sociedade. São empresárias, antropólogas, psicólogas, cozinheiras… Em comum, todas dedicam sua vida ao potencial da cannabis como regeneradora da saúde, do bem-estar, da sustentabilidade e da economia.
Na reportagem que publiquei na edição de março da Revista Claudia, conto um pouco da história de mulheres fundamentais para a cannabis no Brasil, tendo consciência, porém, de que muitas ficaram de fora por falta de espaço.
alerta autocrítica: faltaram mulheres pretas, sim, e estou aprendendo. crescendo com o setor. já estou preparando a próxima com elas!
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O MUNDO NO CAMINHO DO AUTOCULTIVO
O direito de plantar a própria maconha é um assunto ainda espinhoso no Brasil, mas que vem se normalizando em vários lugares do mundo. Na Alemanha, que anunciou a legalização na semana passada, a prática do autocultivo será liberada a partir de 1 de abril. Em Nova York, os reguladores estão definindo os últimos detalhes para a sua autorização.
Pelo menos 15 países já permitem o cultivo caseiro de cannabis, e por mais longe que possa parecer, também o Brasil está mais perto do que nunca dessa realidade. Não será pelo PL 399, a melhor aposta para a regulação da cannabis no nosso país. Mas pode vir junto com a descriminalização pelo Supremo Tribunal Federal.
O ministro Alexandre de Moraes, defendeu, quando de seu voto favorável à descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, que também o cultivo caseiro de até 6 plantas seja despenalizado. É certo que a possibilidade de plantar o próprio remédio barateia custos e populariza de fato o acesso para quem precisa e não pode importar ou comprar na farmácia. No entanto, a experiência prática no Canadá mostra que apenas 10% dos pacientes de cannabis optam pelo autocultivo.
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LEGALIZAÇÃO NA ALEMANHA NÃO É PERFEITA, MAS É ICÔNICA
A legalização ideal ainda não existe. Nem mesmo a da Alemanha, que vinha sendo costurada há mais de 3 anos –e prometia superar os modelos de legalização de outros países–, será um exemplo definitivo de como regulamentar todos os usos da cannabis. Entretanto, em se tratando do maior e economicamente mais forte país da União Europeia, essa decisão certamente envia um sinal global.
A Alemanha é o 3º país europeu a legalizar o uso adulto da maconha em um movimento que deve servir como catalisador para que outros países do continente também o façam. Claro que a legalização por si só é positiva, mas, admitamos, é também bastante limitada. A lei não representa uma legalização completa comparável a do Canadá, por exemplo.
A parte de uso adulto limita-se basicamente à autorização de posse dentro de certos limites de peso, ao cultivo de algumas plantas em casa e clubes não comerciais que devem cumprir uma série de requisitos e regulamentos muito rigorosos. O alarmismo sanitário e o excesso burocrático que as associações de produtores deveriam assumir são as maiores fraquezas desta lei.
O desafio desta lei que já nasce precisando de reformas será avançar no sentido de uma cultura de permissão regulamentada e não de proibição liberalizada.
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ACESSÓRIOS PARA PLANTAR E FUMAR MACONHA MOVIMENTAM BILHÕES
Só nos EUA, o mercado de acessórios para o uso adulto da erva, sem contar as vendas da própria erva, movimentam mais de US$ 60 bilhões ao ano. No Brasil, claro, também temos a nossa versão da maconha bilionária, e ainda por cima criativa.
Marcas brasileiras como a HBT - Handmade Brazilian Tobacco e a Squadafum exportam para dezenas de países e se tornam referência internacional na venda de sedas e objetos fumígenos. O crescimento das headshops e growshops ocorre dentro dos limites da legislação atual, que permite a comercialização de acessórios e equipamentos associados à substância.
Assim foi que, segundo relatório da Kaya Mind, o número de tabacarias e headshops cresceu 1200% em 10 anos. Hoje existem mais de 1.000 marcas trabalhando para o desenvolvimento de um nicho que embora ainda criminalizado, já fatura bilhões de reais e não para de crescer.
Todas as 14 marcas com as quais conversei para essa reportagem, que publiquei na Forbes Brasil, têm expectativa de crescimento entre 15% e 40% em 2024.
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