Cannabis Hoje #72 ☘️ Brasileiros cruzam a fronteira para comprar maconha legal no Paraguai
Medicinal bilionário | Lucélia Santos | Maconha é bom pra cachorro | ExpoCannabis | Nando Reis | Cultivo de cânhamo no Basil e mais
Oi oi, tudo bem por aí'?
eu, feliz da vida de ter vivido a ExpoCannabis intensamente e ter podido reencontrar e conhecer pessoas incríveis, meus colegas de trabalho remoto :) porque é bem isso, né, uma boa parte das pessoas que trabalham com cannabis no brasil trabalham cada uma de um canto, e quando rola esse tipo de evento vira a oportunidade perfeira pra encontros muito especiais. foi lindo mesmo, e eu não vou citar ninguém nominalmente para não esquecer de alguém, mas cada troca valeu demais e a quantidade de informação, ideias, eurekas ainda tão reverberando, se criando dentro de mim ;) gracias!
com destaque especial para o estande da Breeza, que tava a coisa mar linda
também foi importante estar uma semaninha em sp, rever a família, os amigos, os bairros por onde eu andava, os rolês que eu fazia (chorinho da benedito de lei), e perceber que embora pouco tenha mudado fora, muita coisa mudou dentro nesses anos todos. novembro foi um mês movimentado por aí também?
me conta nos comentários ;)
bora com calma pros assuntos urgentes, que tem coisa pra caramba acontecendo!
☘️☘️☘️ cannabis hoje pod: notícias quentinhas comentadas por especialistas, papo de empreendedorismo e negócios com os empresários mais destacados do setor, e os bastidores do universo canábico brasileiro pelas figuras que mantém esse mercado aceso
Renato Volonghi, empreendedor raiz inventou a moda de fumar em papel celulose e vive viajando buscando inspiração e fazendo negócios nas feiras canábicas pelo mundo
Caroline Campagnone, veterinária que participou do processo de autorização dos veterinários à prescrição de cannabis explica o caminho desse novo marco regulatório
Meche Ponce de León, idealizadora e realizadora da ExpoCannabis descobriu a receita da união entre o ativismo e o empreendedorismo
Pedro Lopes, advogado especialista em relações governamentais e cannabis destrincha a autorização do STJ ao plantio de cannabis para fins medicinais
» Na 3ª temporada, o Cannabis Hoje Pod é apoiado por 8 marcas que são destaque em inovação e tecnologia nos seus nichos de atuação: Unyleya, USA Hemp, TriStar, Blis, Leds Indoor, Netseeds, aLeda e Gorilla
Essas marcas reconhecem o valor da comunicação responsável e do jornalismo de qualidade para apontar os caminhos do setor com informação e análise para normalizar o que um dia foi tabu «
CANNABIS MEDICINAL É UM MERCADO (QUASE) BILIONÁRIO
A cannabis no Brasil vem batendo seus próprios recordes ano após ano não apenas no valor de mercado -- que em 2024 chegou a R$ 853 milhões considerando apenas o uso medicinal --, mas também no número de pacientes, claro. Em 2024, 672 mil pessoas fazem uso de cannabis para tratar alguma patologia, número expressivo e 56% maior que em 2023, mas que ainda representa só uma fração de 10% do potencial de 6,9 milhões de brasileiros que poderiam se beneficiar da planta para a saúde e o bem-estar. No artigo para o Poder360 eu analiso os dados mais interessantes do Anuário da Cannabis Medicinal lançado recentemente pela brilhante Kaya Mind.
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“EU SOU A FAVOR DA LEGALIZAÇÃO DE TUDO”, Lucélia Santos
A atriz Lucélia Santos tem mais de 50 anos de carreira e há pelo menos 40 já defendia que maconha não é droga. Mesmo não sendo usuária de nenhuma substância, ela é a favor da legalização de todas as drogas pois acredita que isso diminuiria a violência social que envolve o comércio da maneira como é feito hoje.
Ferrenha defensora da natureza, nos anos 80 Lucélia chegou a viajar com Chico Mendes para a Amazônia para atuar na defesa da mata, e foi numa dessas viagens que ela conheceu a ayahuasca, bebida que consagrou ao longo de três anos. Chegou, inclusive, a ajudar o seu guru budista na missão de levar a bebida a monges tibetanos.
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MACONHA É BOM PRA CACHORRO
Quais foram as chaves para a autorização dos veterinários à prescrição de cannabis?
1. A conquista dos veterinários, agora autorizados a prescrever cannabis, foi muito galgada no apoio do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que abraçou a demanda dos profissionais da classe e foi ter um tête-à-tête com o governo.
Ao ter uma visão clara do quê e do pra quê da cannabis, o conselho pôde avançar propondo reuniões que são realizadas há 2 anos com integrantes da Anvisa e do Ministerio da Agricultura, propondo ideias de como regular a prescrição para uso veterinário. Depois de digerir todas essas reuniões, a Anvisa deu seu parecer favorável à inclusão dos profissionais, e agora cabe ao Mapa desenhar os acordos práticos.
» maconha é bom pra cachorro muito antes da anvisa concordar «
2. Ok, o Conselho de Veterinária cumpriu bem o seu papel, endereçando as demandas da classe de maneira audaciosa, mas quem inspirou a entidade foram os veterinários que prescrevem há anos, e até há pouco tempo, sob o risco de perder o registro profissional.
Esse é um belo exemplo de advocacy que deu certo, e que só deu certo com o apoio de uma entidade de classe disponível e disposta, e de uma base unida de indivíduos remando numa mesma direção. Será que dá replicar em outros nichos da indústria?
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“SÓ A LUCIDEZ É CAPAZ DE PRODUZIR BONS RESULTADOS”, Nando Reis
Nando Reis acaba de lançar seu disco novo, o primeiro projeto feito pelo artista completamente sóbrio. O cantor, que se considera um dependente químico, está limpo há oito anos e, quando pensa atualmente nos estados alterados de consciência, sente uma certa aflição de quem já não está pra essa brincadeira. Por isso, já não há lugar nem para a maconha, que foi sua companheira de juventude, nem para o LSD, de quem já foi íntimo.
Nessa conversa, Nando revisitou as lembranças com a maconha e outras substâncias, analisou o impacto das drogas no seu processo artístico, falou sobre filhos, família e sobre a liberdade de ser um artista independente que acaba de lançar um disco quádruplo, totalmente fora dos moldes comerciais da indústria.
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STJ AUTORIZA CULTIVO DE CANNABIS E JOGA A BOMBA NA MÃO DA ANVISA
O plantio de cannabis para fins medicinais ou industriais foi autorizado e em alguns meses será realidade no Brasil. Na quarta-feira, 14 de novembro, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concordou que importar sementes e cultivar a planta em território nacional é um passo importantissimo para o avanço do marco regulatório da planta no país e deu a sua chancela para uma questão que estava parada entre Anvisa e Ministério da Saúde há anos.
Por unanimidade, o STJ decidiu que sim, plantar cânhamo é algo inofensivo, tanto que a relatora do caso, a Ministra Regina Helena Costa, disse, durante a sessão, que a “deficiência de regulamentação impede, ainda, o desenvolvimento de um setor que poderia oferecer terapias de baixo custo para pacientes, além de gerar empregos e fomentar pesquisas científicas”. Os ministros deram a Anvisa o prazo de seis meses para apresentar uma proposta de regulação a ser desenhada pela agência de vigilância sanitária para nortear o mercado, que certamente viverá um boom de novas iniciativas na indústria brasileira da planta.
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DO LIMÃO A UMA BELA LIMONADA
“Eu não entendia por que a minha empresa, mesmo sendo tão controlada pelo Ministerio da Agricultura e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, não podia plantar cânhamo”, lembra Kiara Cardoso sobre o início do processo que moveu enquanto CEO da DNA Soluções em Biotecnolgia, para ser autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a cultivar cannabis medicinal em solo nacional, uma decisão inédita que fundamentou um novo marco regulatório para a cannabis no Brasil.
Essa cientista de sementes que, já acostumada a lidar com regulamentações delicadas e burocráticas, aproveitou o seu conhecimento para avançar na regulação para a cannabis -- uma planta que ela só foi conhecer em 2014, quando descobriu um tumor cerebral e iniciou tratamento com maconha medicinal. Kiara continua paciente de cannabis, mas também agora se prepara para ser uma empresária do ramo, já que a DNA tem tudo para ser a primeira a iniciar operações de cultivo de cânhamo no Brasil.
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“MEUS AMIGOS MACONHEIROS SÃO OS QUE MAIS TRABALHAM”, Antonio Prata
Antonio Prata fumou maconha na adolescência mas nunca foi fã. Demorou para entender que aquilo não era mesmo para ele. Até gotinhas de cannabis para fins medicinais ele já tomou por um tempo, mais recentemente, mas não deu match. “Prefiro cogumelo, que tem o mesmo efeito terapêutico”, diz.
O fantástico mundo fungi fascinou Antonio, que volta para lá de visita pelo menos uma vez ao mês. Ele gosta de fazer as sessões sozinho (e aproveita para correr e praticar esportes) ou na companhia de amigos, que estão cada dia mais íntimos das substâncias psicodélicas – principalmente desde o isolamento imposto pela pandemia.
Nesse papo, Antonio Prata fala sobre estados alterados de consciência, reflete sobre como é ter um pai maconheiro e ser um pai psiconauta, e diz ter vontade de fazer viagens psicodélicas com o apoio de um terapeuta, para mergulhar nas questões desafiadoras que esse tipo de experiência traz.
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NADA DE PRENSADO
Brasileiros cruzam a fronteira para comprar maconha legalmente no Paraguai
O Paraguai, que até então era conhecido como o principal fornecedor de erva ilegal, o famoso prensado, agora quer ser o maior vendedor de suprodutos da planta para os brasileiros que cruzam a fronteira. Produtos para pets, cosméticos, molhos, pimentas, pestos, chás, bebidas, barras de cereal, produtos proteicos, flores de diferentes classes, com CBD,CBG, chocolates, óleos para massagem, cigarros pré-enrolados e óleos sublinguais são os produtos que se pode encontrar à venda nos dispensários do Paraguai, que ainda não trabalham com THC.
Mas uma lei tramitando que, espera-se, entrará em vigor no primeiro semestre de 2025, deverá permitir subprodutos com o psicoativo num futuro breve. Responsáveis por 60% das vendas nos dispensários, estrategicamente posicionados nos principais shoppings e fronteiras, os brasileiros são o público-alvo inconteste. “Os paraguaios não têm tanto conhecimento quanto os brasileiros, não são tão aficionados pela maconha”, analisa Marcelo Demp, presidente da Cámara de Cannabis Industrial del Paraguay que nos conta que atualmente há 20 dispensários abertos no país.
Entre os produtos preferidos dos brasileiros estão os chás para dores e cólicas de menstruação, as flores a granel (que custam em média 7 dólares a grama), as gummies, e os óleos fitoterápicos, sem selo farmacêutico mas muito populares, que entram no Brasil pela RDC 660, sendo prescritos diretamente nos dispensários, cadastrados na Anvisa.
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UM POUQUINHO MAIS DE EXPOCANNABIS
O clima de otimismo generalizado se materializou na 2ª edição da ExpoCannabis Brasil, que rolou na semana passada em São Paulo, e foi palco de uma grande celebração dos atores da cena: usuários, empresários, médicos e pacientes, animados com as boas-novas e felizes em se reencontrar ao vivo.
Quer saber o que rolou de mais importante no evento? Vem!
Mais de 36.000 visitantes participaram dos 3 dias de evento, um crescimento de 50% em relação à 1ª edição da feira, em 2023. Já consolidada como principal catalisador da cena canábica do Brasil, a ExpoCannabis só chegou onde está porque é múltipla e desde a sua raiz traz a importância da pluralidade de usos (medicinal, industrial e recreativo).
Educann by Unyleya - Cannabis Medicinal na Veterinária: Um Novo Caminho para Cuidados Avançados em Saúde Animal
A recente votação de uma minuta de publicação pela Anvisa para o uso da Cannabis Medicinal na Veterinária marca uma nova fase na medicina veterinária. Esse avanço traz alternativas terapêuticas promissoras para o tratamento de condições que afetam a qualidade de vida dos animais. A expectativa é que a publicação oficial da RDC 344 abra ainda mais possibilidades para o uso seguro e eficaz dos canabinoides no cuidado animal.
Para veterinários, isso significa uma oportunidade única de expandir os recursos terapêuticos, utilizando os canabinoides para o tratamento de dores crônicas, inflamações, epilepsias e distúrbios neurológicos. A especialização no uso da cannabis oferece aos profissionais uma chance de explorar abordagens menos invasivas e mais alinhadas com as necessidades específicas de cada paciente, especialmente aqueles que não respondem bem aos medicamentos convencionais.
Esse é o momento ideal para que veterinários se qualifiquem no segmento canábico, desenvolvendo competências que poderão aplicar em consultórios, hospitais e até em consultorias. Essa nova perspectiva reflete um compromisso crescente com o bem-estar animal e amplia as opções terapêuticas na prática veterinária, prometendo um impacto transformador na saúde animal. (Dra. Cynthia Martinell - Coordenadora da Pós-graduação Lato Sensu em Cannabis Medicinal na Veterinária da Unyleya)
CannaTech by Blis - Dr. Inteligência Artificial
O uso da inteligência artificial na prescrição de cannabis medicinal está trazendo avanços importantes. Com a IA, médicos têm à disposição uma ferramenta que ajuda a identificar as melhores dosagens e combinações de compostos da cannabis, considerando o perfil clínico de cada paciente e as evidências científicas mais recentes. Isso torna as prescrições mais seguras e personalizadas, levando em conta fatores como interações medicamentosas e possíveis efeitos colaterais. Um estudo publicado pela Journal of Medical Internet Research destaca o potencial da IA em medicina, afirmando que ela pode processar grandes quantidades de dados clínicos, facilitando decisões terapêuticas complexas, inclusive em tratamentos como o uso medicinal da cannabis. Além disso, a Harvard Medical School também reforça que a IA está transformando a medicina, oferecendo aos médicos informações adicionais para personalizar cuidados com base em padrões que podem ser difíceis de detectar em uma consulta tradicional.
No entanto, é essencial compreender que a IA não substitui a experiência e o julgamento dos profissionais de saúde. Ela serve como um complemento, oferecendo informações valiosas para apoiar a tomada de decisões clínicas, mas a responsabilidade final sempre recai sobre o médico. A relação direta entre médico e paciente continua a ser fundamental, com a IA funcionando como uma aliada para tornar o processo mais eficiente e baseado em dados confiáveis. A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que a IA deve ser usada para fortalecer, e não substituir, a capacidade humana no setor da saúde. O grande desafio, tanto para médicos quanto para pacientes, é reconhecer que a tecnologia está aqui para adicionar valor, e não para substituir o conhecimento humano. À medida que mais profissionais adotam a IA em seus atendimentos, a tecnologia se aprimora continuamente, aprendendo com cada caso e melhorando sua capacidade de oferecer recomendações precisas.
O uso da IA na medicina, especialmente na prescrição de cannabis medicinal, já é um caminho sem volta. A cada novo sucesso nas prescrições, ela evolui, tornando-se uma peça cada vez mais integrada à prática clínica, sempre com o objetivo de proporcionar tratamentos mais eficazes e seguros para todos. O medo da tecnologia é algo enraizado na nossa cultura. Existiu um dia que olhávamos mapas para chegarmos em um lugar, um dia que levantávamos a mão para chamar um táxi na rua. Se você não for um saudosista, em breve vai perceber que existiu um dia que as prescrições eram feitas sem IA. (Toninho Correa - diretor da Bliss)
E se você chegou até aqui, dois presentinhos: o link para download gratuito do e-book "Maconha no Brasil Contemporâneo", organizado pelos queridos Thiago Pereira e Matias Maxx, item essencial de qualquer biblioteca minimamente canábica
e essa publicidade de cerveja, dessas referências que a gente guarda sem saber pra quê mas que em algum momento serve de alguma coisa — nem que seja pra sentir vergonha alheia. imagina se alguém faz um troço desses sobre maconha?
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E se quiser falar comigo, é só vir de DM nas redes do Cannabis Hoje ou mandar um email para cannabishoje@gmail.com
Beijos e até mais ;)
Anita, você è gostosa demais, seja sempre assim. Te amo.