Cannabis Hoje #73 ☘️O melhor ano da cannabis no Brasil
retrospectiva, sempre vale | Matuê brisando de ser rastafari | um racha no antiproibicionismo | alcoolismo no clero | a gênesis do 1º HC de auto cultivo e mais
oiê, tudo bão?
antes de tudo, eu quero agradecer você por ter estado com a gente em 2024, ter aberto e lido mensalmente esse boletim que se esforça para informar você sobre o que acontece de mais relevante no universo da cannabis e dos psicodélicos — trazendo sempre contexto e análise ;)
penúltimo dia do ano tem cara de quê? de retrospectiva, claro.
se você ficou meio perdido com o tanto de notícia sobre cannabis que cruzou a sua timeline ao longo do ano, vem ler o artigo que publiquei no poder360 pra organizar as ideias e entender a magnitude dos avanços da planta no brasil em 2024.
spoiler: a descriminalização pelo stf, a autorização pelo stj do cultivo em solo nacional e a permissão finalmente concedida aos veterinários para tratar pets com a cannabis foram os destaques do ano. mas tem mais, vem!
outra coisa bem importante:
*** ABRIMOS PARA FREELAS ***
atenção, colega jornalista!
a breeza está abrindo chamada para seleção de pautas sobre cannabis, psicodélicos e política de drogas.
se você tiver ideias mirabolantes, é só escrever no anita@breeza.com.br
e antes de ir pras news, deixa eu te contar que tô preparando conteúdos sobre o que podemos esperar para 2025. se você quiser participar é só chamar no email ou nos comentários ;)
agora sim, bora lá!
☘️☘️☘️ cannabis hoje pod: notícias quentinhas comentadas por especialistas, papo de empreendedorismo e negócios com os empresários mais destacados do setor, e os bastidores do universo canábico brasileiro pelas figuras que mantém esse mercado aceso
João Normanha, médico, fundador do instituto de medicina orgânica, diretor dos seis cursos de pós-graduação em cannabis da unyleya e montanhista
Fabrício Pamplona e Nelson Mussolini, respectivamente, cientista e presidente do sindicato da indústria farmacêutica, falaram sobre as pressões para que a via de importação deixa de existir
Angélica Silva e Marcia Camargo, gerentes na TriStar Express, que explica os detalhes de como funciona a importação de medicamentos e insumos de cannabis no país
Thiago Pereira, coordenador do núcleo de estudos sobre turismo de drogas da uerj, traz novos insigths sobre o turismo de cannabis no brasil
» Na 3ª temporada, o Cannabis Hoje Pod é apoiado por 8 marcas que são destaque em inovação e tecnologia nos seus nichos de atuação: Unyleya, USA Hemp, TriStar, Blis, Leds Indoor, Netseeds, aLeda e Gorilla
Essas marcas reconhecem o valor da comunicação responsável e do jornalismo de qualidade para apontar os caminhos do setor com informação e análise para normalizar o que um dia foi tabu «
UM RACHA NO ANTIPROIBICIONISMO
A proposta de recomendação de edição de decreto presidencial saiu perdedora na reunião final do Grupo de Trabalho de Cannabis Medicinal do Conad (Conselho Nacional de Política de Drogas), que ao longo do último ano vinha se debruçando sobre a questão em discussões periódicas entre integrantes do governo e da sociedade civil em paridade. Em seu lugar, aventou-se a possibilidade de arranjo interministerial, mas nada foi recomendado em concreto. O grupo delegou à Senad (Secretaria Nacional de Política de Drogas) a estratégia para levar às instâncias governamentais as recomendações do relatório produzido pelo GT, esse, sim, aprovado em consenso.
A maior parte do grupo se alinhou aos interesses do governo, representado pela Senad, enquanto a minoria ainda está tratando de assimilar o baque de ver antigos companheiros de trincheira antiproibicionista se alinharem à Senad – que estava apavorada com a possibilidade de recomendação do decreto por motivações pra lá de proibicionistas.
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“FUMAR UM BECK É DAS COISAS MAIS TERAPÊUTICAS QUE EU FAÇO”, Matuê
Você pode ter visto o Matuê falando por aí sobre maconha, mas hoje é diferente. Hoje o Matuê sai da estufa de peito aberto, contando, por exemplo, que tem vontade de ter uma marca de sementes com strains variadas, e que tá só esperando para entender o rumo da regulamentação da planta no Brasil para decidir no que empreender. Matuê, que já fumou muito prensado na vida, hoje só topa flor e espera que no futuro ninguém mais precise conhecer a maconha pelo prensado.
Nesse papo comigo, Matuê fala sobre arte, comportamento e compartilha com a gente a sua brisa mais recente: bolar baseado sem piteira, numa seda branca, bem roots mesmo, que faz ele se sentir um rastafari.
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BAZUCA PRA MATAR PASSARINHO
Hoje mais de 6 mil pessoas plantam sua maconha em casa para dali extrair o seu remédio. Essa forma de acesso, considerada a mais democrática de todas, teve seu marco jurídico conquistado em 2015, quando Ricardo Nemer foi surpreendido por uma batida policial ilegal que encontrou 100 pés de ganja em sua casa. Ele cultivava a planta com o objetivo de obter o seu próprio remédio.
Advogado antiproibicionista, depois do episódio Nemer deu entrada a um pedido de HC, que veio a ser o primeiro salvo conduto brasileiro para garantir o autocultivo da erva. A vitória, que completa quase 10 anos, abriu jurisprudência para outros processos desse tipo graças a teses conquistada e compartilhada com mães e associações.
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VALE DIFERENCIAR CANNABIS FARMACÊUTICA DA TERAPÊUTICA?
A Anvisa tem, agora, cinco meses para apresentar um plano de cultivo para o Brasil, e quem conhece a agência de vigilância sanitária sabe que esse é um prazo inexequível -- não por incompetência, mas por falta de braço. Talvez a única saída para que este prazo se torne possível seja recorrer a um documento que já está pronto desde 2019, versando, justamente, sobre o tema. A possibilidade de voltar aos resultados da Consulta Pública 655 de 2019 existe, e embora a Anvisa corra contra o tempo, ela tem uma carta poderosa na manga.
Será preciso, porém, analisar o que foi feito -- e o que deixou de ser feito -- nesses últimos cinco anos, para que a proposta seja coerente com o momento atual da cannabis no Brasil. É urgente e necessário que a Anvisa crie uma nova categoria para produtos terapêuticos (com menos de 0,3% de THC) para que o nosso marco regulatório avance.
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“DEMOROU PRA LEGALIZAR. É UMA PLANTA, PORRA”, Osgemeos
Exploramos o universo d´Osgemeos e a visão da dupla de grafiteiros sobre criatividade, foco e substâncias como cannabis e psicodélicos. Eles compartilham reflexões sobre como encontram no desenho uma conexão profunda com a imaginação e um estado meditativo, substituindo o uso de substâncias por uma entrega total ao processo artístico.
Criar, para eles, é um portal que permite acessar mundos internos, oferecendo uma experiência semelhante ao que outras pessoas buscam por meio de drogas. Nessa conversa comigo, a dupla defende a legalização da cannabis no Brasil, argumentando que questões mais urgentes deveriam ocupar o foco do debate público.
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CURA NOSSA DE CADA DIA
“Sabe que eu não consigo encarar isso como uma tragédia?”, nos descoloca Catarina Leal, paciente paliativa de câncer metastático, frente ao nosso próprio medo da morte. “A única certeza que a gente tem na vida é a morte, mas pra algumas pessoas eu tô mais próxima dela por ter uma doença incurável, e eu recebo isso como um presente, poder viver um dia de cada vez sem pensar no amanhã, aprendendo sobre o presente, sobre o agora”, diz ela que confia no seu diagnóstico, mas não acredita nele.
Catarina não tem suspeita sobre a veracidade do seu diagnóstico médico, mas nem por isso acredita que algo ou alguém possa determinar o tempo de vida que ela tem pela frente. “Se eu permitir que o laudo me defina eu vou ter o tempo do câncer”, analisa ela, que há seis anos ouviu de um médico que sua expectativa de vida era de no máximo seis meses.
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“TOMEI AYAHUASCA E VI MACHU PICCHU NA MINHA FRENTE”, Frei Bretto
O abuso do álcool é bem comum dentro da Igreja católica, um fenômeno que Frei Betto denuncia ser mais comum do que a gente imagina, ou, nas suas próprias palavras, o principal problema do clero atualmente, inclusive com clínicas de reabilitação especializadas em padres.
Nessa entrevista, Frei Betto, fala da sua relação pessoal com as drogas, conta como foi lidar com a dependência química de seu irmão mais novo e como apesar disso, segue favorável à legalização da maconha.
CannaTech by Blis - Quanto mais difícil, melhor
Normalmente, os avanços tecnológicos surgem para viabilizar o próximo passo. Ou seja, quando chegamos ao limite do progresso, sistemas, fluxos automatizados e processos digitais são os elementos que nos levam além. Muitas vezes, democratizar o acesso, assim como o Spotify fez com a música e o Uber com o transporte, é o próximo passo que a tecnologia tem o dever e a capacidade de promover mudança. Nesse processo, ela faz a diferença em uma sociedade, transformando mercados e quebrando barreiras. No universo da cannabis, o desafio é ainda maior. A tecnologia precisa enfrentar o preconceito tecnológico, além do preconceito relacionado ao uso medicinal da planta. É como lutar duas guerras diferentes, onde os aliados em uma se tornam inimigos na outra.
Complexo, mas vou explicar. Por um lado, o uso da tecnologia pode democratizar o acesso a tratamentos com cannabis. Porém, os players tradicionais do mercado resistem, movidos por interesses mercadológicos. Entretanto, esses mesmos "rivais" se tornam aliados quando o tema é promover a liberação do uso medicinal da planta e a desburocratização do setor. Quem trabalha com tecnologia sabe que o desafio vai muito além de programar códigos. Conviver, compreender e persistir em meio a tantas barreiras é o que separa um desenvolvedor experiente de um aventureiro. Por isso, se você está na luta de desenvolver algo incrível, persista em 2025. Afinal. o prazer da vitória é proporcional ao tamanho do desafio. (Toninho Correa - co-fundador da Blis)
Educann by Unyleya - Cannabis medicinal na odontologia: inovações terapêuticas e oportunidades profissionais
O uso de cannabis sativa na odontologia tem despertado interesse por seu potencial terapêutico em diversas condições bucais. Os canabinoides, como o CBD (canabidiol), apresentam propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e ansiolíticas, destacando-se como alternativa no tratamento de dores orofaciais, disfunções temporomandibulares (DTM), bruxismo e outras doenças periodontais. Além de contribuir no controle da dor, o CBD tem mostrado eficácia na cicatrização pós-operatória e no combate a inflamações e infecções bucais. Essas aplicações tornam a cannabis medicinal uma aliada importante para profissionais que buscam oferecer tratamentos mais inovadores e eficazes, especialmente para pacientes que não respondem bem às terapias convencionais.
No Brasil, a RDC 660, da Anvisa, autoriza cirurgiões-dentistas a prescreverem produtos à base de cannabis, desde que estejam devidamente capacitados. Essa regulamentação abre novas perspectivas para a prática odontológica, possibilitando abordagens mais humanizadas e alinhadas às demandas dos pacientes. Diante desse cenário promissor, a especialização em terapias canabinoides desponta como um diferencial estratégico para cirurgiões-dentistas. Profissionais capacitados não apenas ampliarão as possibilidades terapêuticas em sua prática clínica, oferecendo soluções inovadoras e personalizadas para os pacientes, como também poderão explorar novas oportunidades de crescimento profissional e econômico. Essa expertise impulsiona avanços significativos na odontologia, posicionando o dentista na vanguarda de um campo em plena expansão. (Dra. Rafaela da Rosa - coordenadora da pós em cannabis medicinal na odontologia da Unyleya).
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