Cannabis Hoje #74 ☘️Maconha e abacate para os filhos
Fernando Meirelles | Novas regras da Meta | Margio Sergio Cortella | Futuros possíveis para 2025 | Reggae é a gênesis | Argentina | MMA e mais...
oiê! tudo bem por aí?
escrevo essa news direto da argentina, onde vim passar a temporada de verão com a família e aproveito para estudar a cena canábica que tá rolando por aqui, para, claro, compartilhar contigo.
o seu primeiro boletim canábico de 2025 vem com uma novidade: vídeo!
a partir de agora, todas as edições da news vão vir com um videozin que gravo da forma mais roots possível (sem edição, nem cortes, motion, nada) pra te contar um pouco dos bastidores das entrevistas e reportagens mais interessantes que produzi no mês.
curtiu a ideia? conta pra mim nos comentários ;)
e por falar em vídeo, tem esse outro que produzi para o insta, contando os cinco problemas de saúde que as mulheres estão tratando com cannabis, segundo pesquisa feita pela new frontier data com 889 mulheres. vem!
CANNABIS HOJE POD: notícias quentinhas comentadas por especialistas, papo de empreendedorismo e negócios com os empresários mais destacados do setor, e os bastidores do universo canábico brasileiro pelas figuras que mantêm esse mercado aceso
Glauber Loures, sociólogo e pesquisador de práticas psicodélicas, fundador de uma comunidade de apoio de pais psicodélicos
Manu Melo Franco, constrói pontes entre empresas e comunidades historicamente afetadas pela guerra às drogas para a reparação social
Marcelo Grecco, um dos principais consultores do cannabusiness brasileiro dá uma ideia do que será 2025 para a cannabis
Toninho Corrêa, empreendedor serial, co-fundador do app Blis, que revoluciona a cena: da consulta à compra de cannabis medicinal em apenas alguns minutos
» Na 3ª temporada, o Cannabis Hoje Pod é apoiado por 8 marcas que são destaque em inovação e tecnologia nos seus nichos de atuação: Unyleya, USA Hemp, TriStar, Blis, Leds Indoor, Netseeds, aLeda e Gorilla
Essas marcas reconhecem o valor da comunicação responsável e do jornalismo de qualidade para apontar os caminhos do setor com informação e análise para normalizar o que um dia foi tabu «
“DOU ABACATE E MACONHA PARA OS MEUS FILHOS”, Fernando Meirelles
Em tempos de Oscar, Fernando Meirelles compartilha com a gente os bastidores das indicação ao maior prêmio do cinema mundial que, invariavelmente, impulsiona a carreira e o cachê dos indicados, coisa que merecidamente deve acontecer com a nossa querida Fernanda Torres.
Mas como nem só de prêmios vive um diretor premiado, Fernando falou também sobre a sua relação com a maconha e contou uma história inusitada: ele já cultivou a planta, mas não para consumo próprio, senão para presentear seus filhos. Essa anedota reflete bem a sua abordagem aberta e pragmática sobre um tema que, segundo diz, está coberto de contradições em um sistema que penaliza o uso recreativo enquanto perde oportunidades de arrecadação e controle.
Adepto dos psicodélicos, Fernando anda bem informado na teoria e na prática, através de sessões que realiza com certa frequência com LSD, ayahuasca ou psilocibina em busca principalmente de experiências de dissolução do ego.
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A LIBERDADE DA META VALE PARA A MACONHA?
A Meta, dona do Facebook e Instagram, anunciou mudanças importantes em suas políticas, deixando os produtores de conteúdo canábico confusos. Será que, de uma vez por todas, chegou ao fim a nebulosa era das derrubadas e banimentos de perfis que publicam conteúdo sobre a erva?
📌 O que mudou?
1️⃣ Maior flexibilidade: a Meta promete menos exclusões automáticas de conteúdos, especialmente aqueles com foco educativo ou medicinal.
2️⃣ Saindo da estufa: já se pode assumir "cannabis" e "maconha" sem tentar camuflar esses termos com números e emojis
3️⃣ Incerteza sobre aplicação: Apesar da promessa de mais liberdade, o discurso de ódio e as fake news sobre a planta podem acabar tomando conta das redes
🎯 Por que isso importa?
Para criadores, a mudança oferece oportunidades de engajamento com novas audiências e mais abertura para discussões informativas. Mas também exige cautela para informar e educar com mais responsabilidade.
💡 O que fazer agora?
Revisar estratégias: no fim de dezembro a Meta atualizou as diretrizes especificamente para a cannabis, deixando um pouco mais claro o que pode e o que não.
Configurar seu perfil para 18+: Poucas coisas estão tão claras como a necessidade urgente de todo perfil que fale sobre maconha configurar a conta para maiores de 18 anos.
Fortalecer sua comunidade: Construa um público informado, que confia no seu trabalho, espalhe boas notícias.
“JAMAIS VOU FUMAR MACONHA POR UMA RAZÃO: SE TRAGAR, VOLTO A FUMAR”, Mario Sergio Cortella
Papo cabeça sobre a função das drogas na sociedade? Temos. Abrimos o mic para o filósofo Mario Sergio Cortella refletir sobre os caminhos trilhados pela humanidade na busca pelo equilíbrio entre prazer, dependência e espiritualidade.
Cortela abre o jogo sobre a sua relação com o álcool – consumido sempre com controle e apenas em momentos de felicidade – e explica que jamais fumaria maconha pois depois de abandonar o tabagismo que durou mais de 30 anos, já não quer voltar a fumar nadinha
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ONDE A MACONHA PODE SURPREENDER EM 2025
Para além dos avanços já esperados para 2025, como as diretrizes de cultivo e atualização da RDC 327, setor da cannabis precisa enxergar oportunidades ainda não mapeadas, como a criação de demanda para absorver os produtos de cannabis que mais cedo que tarde estarão nas prateleiras. Vem ler o texto completo pra entender.
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ANTES DA GANJA, VEM O REGGAE
“Na 1ª festa de dancehall que eu fui na Jamaica, fiquei chocada, porque eles vendem os buds no galho, como se fosse um algodão doce”, conta Beatriz Barros, a Queen Kush, uma produtora cultural brasileira que vira e mexe volta à Jamaica para trabalhar com artistas locais e nessa imersão cultural, acabou colecionando histórias inusitadas com a maconha.
Como da vez em que deu um pega num bong no Tuff Gong, lendário estúdio do Bob Marley, e no segundo puff ficou pálida, e quase, quase chegou a desmaiar. “Eu tava acompanhando uma gravação e fui convidada a consagrar a ganja no chalice, um bong artesanal feito de coco. Nunca tinha experimentado fumar no chalice, dei uma tragada, dei a segunda, e tive que sentar, minha pressão caiu, foi uma das experiências mais fortes que tive com a ganja.” Vem conhecer a história da produtora que tem movimentado o cenário internacional do reggae, promovendo colaborações entre Brasil e Jamaica.
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CANNABIS NA ARGENTINA NÃO É URÂNIO ENRIQUECIDO
Vim pra Argentina observar mais de perto os avanços da cannabis e te conto tudo neste artigo para o Poder360.
Os bits mais interessantes:
🍀 a indústria farmacêutica não faz parte do jogo
✨ toda dispensação de cannabis medicinal se dá pelas associações de pacientes
🏹 cada associação pode atender até 150 pacientes
🔥 o óleo até tem espaço, mas o carro chefe da cannabis medicinal por aqui é a flor in natura
🙌🏽 GMP aqui só para exportações que exijam esse tipo de selo de qualidade
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“SE TIVESSE AUTORIZADO A CANNABIS NO BIG BROTHER, NÃO IA TER BRIGA, NÃO IA TER TRETA”, Lumena Aleluia
Psicóloga com prática na redução de danos, a ex-BBB Lumena Aleluia questiona o moralismo que cerca a cannabis, especialmente em espaços como o Big Brother Brasil, enquanto álcool e cigarro são lá mais do que permitidos (pois os encorajam no reality).
Nesta conversa comigo, Lumena também revela seu desejo de atuar na publicidade de cannabis quando o mercado brasileiro avançar na descriminalização. “Meu sonho! Eu troco muita ideia sobre isso com o Whindersson Nunes”, comenta ela, que enxerga na cannabis ainda muitas barreiras morais e culturais, ao mesmo tempo que um grande potencial comercial e educativo que a regulamentação ajudaria a naturalizar e expandir.
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NESSA LUTA, A CANNABIS É UMA GRAÇA
“Vou explorar todas as políticas progressistas e inovadoras em relação ao uso da cannabis, da psilocibina e até da ayahuasca”, abre os planos Rose Gracie, que pode se tornar a primeira mulher à frente da Confederação Brasileira de MMA, caso seu favoritismo para o cargo se confirme numa eleição que acontecerá no dia 5 de fevereiro.
Pelo sobrenome, você deve ter notado que ela não está para brincadeira, Rose faz parte do clã mais famoso das lutas de combate. Filha de Rorion Gracie (criador do UFC), neta de Hélio Gracie (responsável pela difusão do Jiu Jitsu no Brasil) e bisneta de Carlos Gracie (um dos idealizadores do Jiu Jitsu) – sim, sua mãe e seu pai são primos –, Rose não foge à luta.
Na Confederação, ela planeja estabelecer parcerias e se associar ao maior número de pesquisas clínicas possivel, organizar seminários com especialistas e “eventualmente incorporar tratamento a base de cannabis e psilocibina como um protocolo na recuperação dos atletas”.
Educann by Unyleya - Cannabis medicinal na prática farmacêutica: potencial terapêutico e novas oportunidades profissionais
O uso de cannabis sativa na prática farmacêutica vem se destacando pelo seu potencial terapêutico em diversas condições clínicas. Canabinoides como o canabidiol (CBD) apresentam propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e ansiolíticas, sendo eficazes no manejo de doenças crônicas, neuropatias, inflamações e distúrbios como ansiedade e insônia. A Cannabis Medicinal amplia o campo de atuação de farmacêuticos clínicos, especialmente no gerenciamento da farmacoterapia em colaboração com prescritores. O CBD tem mostrado resultados significativos no controle da dor e inflamações, tornando-se uma ferramenta essencial para a personalização de terapias.
No Brasil, a Resolução RDC 327/2019 da Anvisa regulamenta produtos à base de cannabis, garantindo qualidade e segurança, enquanto a RDC 660/2022 permite a importação desses produtos, criando novas oportunidades em controle de qualidade, produção e assistência farmacêutica. A inclusão da Cannabis Medicinal na Farmacopeia Brasileira reforça sua credibilidade e demanda por profissionais capacitados. A especialização em terapias canabinoides se apresenta como um diferencial estratégico, permitindo atuação em farmácias de manipulação, clínicas e pesquisa, contribuindo para a inovação terapêutica e o avanço da assistência farmacêutica no país. (Claudete da Costa Oliveira - Coordenadora do curso de pós-graduação lato sensu em Cannabis Medicinal para Farmacêuticos)
CannaTech by Blis - Tecnologia: amor ou ódio
A tecnologia, em sua essência, é um campo de sentimentos contraditórios. Quando surge, ela nos promete um futuro radiante, repleto de soluções para as aflições que nos acompanham há séculos. O avanço parece ser uma panaceia, uma chave que abre portas para um novo mundo. Contudo, à medida que amadurece, a mesma tecnologia que um dia encantou, começa a gerar desconforto. O medo e o receio do desconhecido tomam forma, e o repúdio se espalha entre os mais tradicionais, aqueles que preferem a segurança do familiar. Amor e ódio, dois sentimentos que caminham de mãos dadas no universo da inovação. Esta bipolaridade é quase inevitável para aqueles que se dedicam ao desenvolvimento de novas soluções. Em vez de ponderar os benefícios e impactos, muitos escolhem a reação visceral, o desprezo. Outros, no entanto, erguem suas bandeiras e se tornam propagadores fervorosos dessas mudanças.
No universo da cannabis, a tecnologia desempenha um papel crucial. Nanotecnologias que aumentam a absorção dos compostos, inovações no cultivo que reduzem custos e tornam os produtos mais acessíveis, são apenas alguns exemplos de como o avanço científico pode agregar valor. Além disso, plataformas digitais que acompanham o paciente em sua jornada de tratamento ou ajudam no acesso as alternativas terapeuticas, são exemplos de como a tecnologia não tem fronteiras nem limite de atuação.
Amar ou odiar essas iniciativas? Talvez a questão não seja escolher um lado. Afinal, como em tudo na vida, há dias em que nos sentimos deslumbrados pela novidade e outros em que desejamos resistir. Como alguém que transita por diferentes disciplinas e mercados, minha sugestão é simples: encare a tecnologia como uma ferramenta, uma possibilidade de realizar tarefas de formas inéditas. No fim das contas, não é mais do que isso. E a escolha de abraçar ou não esse novo caminho é uma decisão pessoal, que merece respeito. Alguns preferem a experiência do cinema tradicional, outros se rendem ao conforto do streaming. Alguns se apaixonam por carros elétricos, outros ainda defendem os motores a combustão. A tecnologia, em sua essência, democratiza as escolhas, oferecendo uma gama de possibilidades para um mesmo fim. Mas, para tornar essa luta de amor e ódio ainda mais complexa, nunca se esqueça: a roda de pedra, a mais simples das invenções, foi o primeiro passo da tecnologia. Portanto, seja qual for a sua escolha, ela carrega em si um pedaço dessa longa jornada de inovação. (Toninho Corrêa - co-fundador da Blis)
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