CH#55 ☘️ Um remédio ou toda uma farmácia?
Lula e sua conselheira canábica | cannabis no sus do país inteiro | cultura 4:20 é realidade no Brasil e mais
Olá olá!
Você deve ter reparado que o seu boletim canábica e psicodélico está atrasado, ficamos um tempo off. Hoje faz exatamente um mês desde a publicação da última edição, sinto muito por isso. Fato é que estou sobrecarregada, entregando várias pautas, produzindo reportagens, projetos em fase de criação, aliás, um deles tá chegando ainda este mês: o podcast Cannabis Hoje, que eu tô segurando o lançamento por motivos de mercúrio retrógrado, mas tá vindo e tá vindo lindão, já na próxima news teremos áudio pra você sentir o clima.
E a outra coisa que tá pegando é que estou reformulando este boletim. O formato que a gente começou há 2 anos e meio já está meio desatualizado. Fazer mais do mesmo, ter um produto que se parece aos demais, mesmo que os demais tenham chegado depois, não me dá tesão. Estou em plena D.R. para renovar o tesão do nosso relacionamento, mas fique tranquilo que isso não é sinônimo de crise, apenas de revisão passível de gerar um atrasinho aqui outro ali, mas tudo certo, logo voltaremos ao nosso combinado quinzenal mais interessantes do que nunca.
Para não ficar desatualizado, sugiro que você me siga no Linkedin, onde publico atualizações recorrentes com as reportagens que escrevo e também nas quais participo como fonte. O tema do dia é sempre cannabis e psicodélicos.
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Aqui estamos com algo que prometi há umas duas edições: minha participação na mesa Comunicação e Cannabis, na ExpoIndustria Cannabis e Cáñamo, que rolou no começo de abril em Mar del Plata.
O papo é reto: a grande mídia ainda não está preparada para cobrir a indústria da cannabis e isso fica claro com o tanto de bobagem publicada que a gente vê por ai. Mas não é culpa dos jornalistas, que são jogados num tema tão novo e complexo e obrigados a voltar com uma reportagem em duas horas. A mídia vai precisar abrir espaço para especialistas, se quiser uma cobertura bem feita, não rola mais ter 10 especialistas em economia e zero em cannabis, que logo mais também representará uma parte importante da economia. Profecias de uma pesquisadora, ouve quem quer.
☘️ De onde saíram tantos projetos de lei pedindo cannabis no SUS?
Você notou que dia sim dia não sai alguma notícia sobre projeto de lei aprovado para garantir a distribuição de cannabis gratuitamente pelo SUS de algum estado, de algum município no Brasil? Esse movimento começou a se intensificar de um par de anos pra cá, mas nada comparado ao estímulo gerado pela sanção da Lei de São Paulo, pelo governador Tarcísio de Freitas, em janeiro passado. O bonde de SP, liderado pelo autor da Lei, o deputado Caio França, está em plena ação, definindo os parâmetros do será posto em prática e provavelmente será o modelo a ser seguido pelo Brasil inteiro. Todos os detalhes dessa longa e detalhada apuração, aqui.
☘️ Fiocruz chancela terapia com cannabis medicinal, incluindo o THC
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) — órgão vinculado ao Ministério da Saúde —, lançou uma nota técnica confirmando o potencial medicinal da cannabis para diversas patologias e reservando ao THC o espaço que lhe cabe e que muitas vezes lhe é negado. Dei a notícia com mais contexto e profundidade, entrevistando a três figuras importantes neste processo: a coordenadora e o secretário do programa institucional de política de drogas, DH e saúde mental da Fiocruz, Ana Paula Galjor e Francisco Netto, além de Renato Filev, neurocientista e coordenador científico na Plataforma Brasileira de Política de Drogas, que participou da feitura do documento. O posicionamento é histórico e merece ser celebrado.
☘️ A cannabis é um remédio ou toda uma farmácia?
O que você diria? Nesta reportagem, que publiquei no dia 11 de maio na UOL, trago motivos suficientes para acreditarmos que tá mais para a segunda opção. A matéria está bem completinha, atualizando tudo o que sabemos até agora sobre as aplicações medicinais da cannabis. Deu um trabalho da porra, mas valeu! Vai lá e me diz o que achou.
☘️ A cultura 4:20 já é uma realidade no Brasil
Quer eles queiram, quer não. De festas a eventos secretos, da moda à alta gastronomia, a cultura da cannabis se dissemina criando um lifestyle canábico com a cara do Brasil. No dia 20/4 o 420 é praticamente feriado não oficial em vários lugares do mundo, e no Brasil, foi tempo de renovar a cena, fugindo do conceito chapação-reggae-bob marley pra alcançar um novo patamar, apoiado pela redução de danos, através do consumo consciente e responsável com a festa Bagachic, que ao que parece, chegou pra ficar. Vem ler no detalhe.
☘️ Lula agora tem uma conselheira canábica
Uma não, três. No novo conselhão do governo, temos pela 1ª vez a participação de empresários da indústria da cannabis. Viviane Sedola, da Cannect, Patrícia Villela Marino, da Humanitas360 Institute e CIVI-CO, e Claudio Lottenberg, presidente do Albert Einstein e sócio da Zion Medpharma, trabalham pelo avanço da regulamentação da erva e pela expansão do setor já há vários anos e a partir de agora contribuirão para um melhor entendimento do governo sobre o tema lá bem de pertinho. Os novos conselheiros não são o único indicativo de que a cannabis está cada vez mais próxima a Lula, dou outros exemplos neste artigo.
☘️ Indústria da cannabis precisa envolver indígenas
Será que os indígenas não têm interesse em participar da indústria da cannabis ou será que não estamos abrindo espaço para que isso aconteça? É verdade que existem outras prioridades, como a própria sobrevivência, e pouca informação a respeito do desenrolar do setor e das oportunidades ineretentes a ele, por isso mesmo cabe aos empresários e legisladores da indústria reservar aos indígenas a parte que lhes cabe através das posições privilegiadas de que desfrutam. Agora, que estamos na antesala da legalização, é o momento oportuno para discutir equidade social e reparação histórica incluindo os povos indígenas nos planos do setor. Tem isso e tem mais, vem comigo problematizar.
E pra fechar, deixo com vocês esse mini doc produzido pelo Canal Meio, sobre os avanços da cannabis medicinal no Brasil. Fui convidada para trazer um pouco do panorama histórico e comentar os caminhos que percorremos e quais devem ser os próximos passos.
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Já ficou enorme a news, e eu só falei de coisa que produzi no último mês. Mas quero complementar com três coisas que me chamaram a atenção nos últimos dias:
☘️A doidera dos preços exorbitantes que quem quiser ter acesso à terapia com cogumelos terá de pagar no Oregon, comentado pelo Marcelo Leite, da Folha.
☘️A tour que rolou nos clubes canábicos de Barcelona com representantes da legalização da maconha de várias partes do mundo.
☘️ O cultivo da Abrace, a maior associação de pacientes do Brasil, foi assaltada à mão armada e os bandidos levaram 80kg de cannabis. A situação pede maior investimento em segurança.
É isso, beijo e até mais!
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